TRUACA, O GARANHÃO

Antonio Machado

TRUACA, O GARANHÃO
Antonio Machado
A expressão crescei e multiplicai foi dada ao homem pelo Criador, só que, implicitamente, está o vocábulo responsabilidade, ás vezes ignorada por aqueles de poucas letras, com é o caso do casal José Ezequiel da Silva, mas conhecido por Truaca, e sua esposa Maria José Silva, ambos residente no Conjunto Residencial Monsenhor Moisés Vieira dos Anjos em Olho d” Água das Flores, e pais de 16 filhos vivos, pasmem os leitores, dessa família tão numerosa quanto linda, cerca de 13 são mulheres. Truaca tem 63 anos e sua esposa, 53, em cujo casal a fecundidade foi pródiga, o casal já soma mais de vinte netos. O cronista perguntou o nome das filhas, e eles pausadamente, disseram:Zeilma, Quitéria, Ivanete, Maria, Ivaneide, Iranete, Edinete, Geiza, Maria da Penha, Edjane, Lauzenite e Maria Sandra, apenas três rapazes: José Wilson, José Antonio e José Benedito. É uma família simples, mas feliz, pontua o Garanhão José Ezequiel, que dá um duro danado para prover o sustento da prole numerosa, ele num horário é servidor municipal, e no outro é agricultor de onde cultiva a terra para ajudar no sustento da família, mesmo alguns já casados, mas ele diz que dentro do possível ajuda a todos, sua esposa, com traços ainda jovens está doente, necessitando de médicos, mas ainda trabalha no laborio da casa, haja vista ser mãe de uma pesada família usando suas próprias palavras, e o que é mais importante, todos são sadios, é uma família numerosa, porém e muito bem unida, sem deixar de haver alguns dissabores, tão comum do convívio humano. Perguntei-lhe se ele era feliz respondeu que sim, tem sua esposa e os filhos que ela lhe deu, no final posaram para fotografia com muita alegria. Depois de muita luta o casal com ajuda de políticos conseguiu construir sua própria casa, e se a natureza não lhe deu recursos, mas lhe fora pródiga em família, e São Paulo acrescenta, a mulher pode ser santa, pela condição de ser mãe, senti a felicidade daquela lar, e veio-me na lembrança a máxima popular que preceitua: a felicidade é algo que se multiplica quando se divide. A felicidade se torna mais bela quando partilhada, Bastos Tigre, escreveu “mas vale a tosca palhoça,/onde nela o riso mora/do que a bela mansão/ onde a tristeza se chora”. Ouvi do padre cantor Antônio Maria, que convidado que foi por uma socialite de São Paulo para dar uma bênção em sua luxuosa mansão, ao término disse o padre àquela senhora, como a sua residência é uma excelente casa, ao que a socialite respondeu: mas não cabe a minha tristeza. Porque, prezado leitor, muitas vezes, a riqueza e o luxo não trazem felicidades, sente-se que na maioria dos casos, a felicidade esta nos lares e nas coisas mais simples.

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