TROVOADAS SERTANEJAS

Antonio Machado

TROVOADAS SERTANEJAS
ANTONIO MACHADO
Diz-se no sertão que, as primeiras trovoadas de abril, vem puxando o inverno pelas mangas, e ao longo dos anos 2012,2013 e até o primeiro trimestre de 2014, venho ocupando estes espaços da TRIBUNA INDEPENDENTE, que tem sido um elo importante entre a capital e o sertão, no tocante a seca bravia que vinha no longo desse período castigando o sertão, coleciono mais de uma centena de artigos focando o tema, seu povo, seu bioma, secas periódicas atrelados a luta titânica do sertanejo para viver numa terra hostil e seca com poucas ajudas do governo, produzindo uma lavoura mais de subsistência, porque tirar o pão da vida de uma terra dessa qualidade, só o sertanejo faz, e mais ninguém. A seca estava abrasadora, provocando já o êxodo rural, matando o gado, e dizimando o rebanho, porém na ultima semana, os céus se encarrasmuaram, e as ladainhas chorosas dos sertanejos, comoveram a natureza, e as comportas do céu se abriram a chuva veio, e veio forte, até de forma assustadora, numas trovoadas fora do convencional, deixando muita água, mas também um rastro de destruição causada pela fúria das águas, que carregou tudo de roldão, não respeitando os limites impostos pelos homens, mas tudo isto só ocorreu, porque lhe taparam os espaços, com paredes de pouca resistência, quando se sabe que água tem forças descomunais, ninguém segura a natureza, e às vezes, o homem paga caro por sua ousadia, porém os danos provocados pelas trovoadas não foram de grande monta, mormente no município de Olho d´Água das Flores, que observando o grande beneficio que a água da chuva propiciou a região, não causou nenhuma morte, tudo se supera com a água deixada, que encheu todos tanques e açudes por onde a chuva passou, trazendo aos sertanejos uma alegria sem par, como a lhes devolver a auto estima e de sua família, seu bem maior, agora sim, o sertanejo está rindo com a boca toda.
Muitas vezes tenho escrito aqui e continuarei, a dizer que o problema maior do sertão é a falta dágua, de chuva, e uma politica voltada para região, criando formas de convivência com a seca, onde o sertanejo seja visto como pessoa, e não só como eleitor, ele precisa é de trabalho que gera renda, dando-lhe condições de uma vida mais digna como cidadão, paliativos, cestas básicas, caminhões pipas mal administrados aliados a famigerada ideia de transposição das águas do rio São Francisco, são coisas nefastas e perniciosas que prejudicam a vida do sertanejo, isto ele não quer, mas empresas, incentivos que gerem renda, hospital e escola de qualidade, sem deixar o sertanejo subserviente ao governo, atávicos as famigeradas bolsas que não geram renda e nem rendem nada, e muito menos melhora a qualidade de vida do sertanejo, mas pode levar o homem a leniência ao trabalho, levando uma vida com parcas ajudas, apenas de sobrevivência, o que não é correto, mas uma vida de luta, tirando de seu trabalho sua própria subsistência.
Este conjunto de aspectos que compõem a região sertaneja, com seus fenômenos cíclicos, humanos suas peculiaridades tão próprias de uma região, constitui-se um lugar bom de se viver, não fosses essas agravantes que amedrontam os homens, porém quando a natureza agracia com a chuva o sertaneja, seria a melhor terra de se viver.

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