Antonio Machado
A condenação e à crucificação de Jesus teria sido uma opção dele, ou uma decisão do Pai? É uma questão que exige reflexão acurada, embora Jesus situe no evangelho “Eu e o Pai somos um, quem me vê, vê o Pai”, como Deus, teria Jesus Cristo sentindo as dores física e na alma? A Teologia me ensinou que, Deus não sofreu como Deus, mas como homem. A maldade de Judas for acerba, atingindo as raias de todo corpo do Senhor. Teria Judas já sido predestinado para trair o Salvador? A minha pouca inteligência afirma que sim, Jesus sabia de tudo? Também sabia a ponto de citar, aquele que põe a mão no prato comigo, me trairá, e São Pedro diz, quando indagado pelo Mestre, se ele o amava, repetiu, Senhor, vós sabeis tudo. Porém uma coisa intriga os grandes teólogos: por que Jesus aceitou esse grande desafio, de dar a sua vida pela salvação da humanidade? A igreja não tem a resposta, somente os céus poderão fazê-lo. E Jesus disse mais na sua condenação: não sabíeis que se eu quisesse, teria aqui uma legião de Anjos para me defender? A turba que condenava Jesus instigado pelos doutores da lei e escribas, certamente estava dividida, entre os acusadores, os que acompanhavam à distância, porque seguiam o Salvador. Fora Jesus, condenado por um tribunal forjado, e um processo injusto e iníquo, não lhe deu oportunidade de defesa, daí se hoje fosse, seria um julgamento nulo, porém a fúria ensandecida dos inquisidores superavam tudo, ante a covardia e a tibieza de Pôncio Pilatos, face seu medo de perder o prestígio perante a sociedade de seu tempo, preferindo lavar às mãos, na condenação de um justo, a mandar para as grades um homicida qualificado, e que seu passado pregresso todo povo conhecia.
Na sentença que condenou Jesus à crucificação, textualmente, diz: No ano dezenove de Tibério César, Imperador romano de todo o mundo monarca invencível na olimpíada cento e vinte e um na Elíade vinte e um, e na Elíade vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e côputo dos Hebreus, quatros vezes mil cento e oitenta e sete, o progênio do Romano império no ano setenta e três e na libertação do cativeiro da Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia Quinto Sérgio, sob o regime e governador da cidade de Jerusalém, Presidente gratíssimo Pôncio Pilatos regente da Baixa Galiléia, Herodes Antipas, Pontifice do sumo sacerdote Caifás, magno dos templos Alis Almael, Robas Acasel, Franchino Ceutaro, sônsules romanos da cidade de Jerusalém Quinto Cornélio Sublime e Sexto Rusto no mês de marco e dia XXV do ano presente- eu Pôncio Pilatos, aqui Presidente do Império Romano dentro do palácio e arquiresidencia, julgo, condeno e sentencio a morte, Jesus, chamado pela plebe- Cristo Nazareno e Galileu de nação, homem sedicioso contra a Lei Mosaica e contrária ao grande Imperador Tibério César. Determino e ordeno por esta, que lhe dê a morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus... “e segue por aí, essa sentença ridícula atribuindo a Jesus os mais hediondos crimes por desrespeito as leis de Moisés, e o Salvador teve morte de cruz, morte correntia daquela espécie naquele país, dizem ser os fenícios, os criadores da cruz, como instrumento de suplicio aos condenados.
A morte de Jesus abalou o mundo, as rochas se fenderam o véu do santuário se rasgou misteriosamente, e as trevas cobriram a terra, mas foi preciso que tudo isto acontecesse, para que o centurião acreditasse e proclamasse, este homem era verdadeiramente o Filho de Deus. E nesta semana em que as igrejas cristãs comemoram essa passagem, enquanto o domingo de ramos abre a Semana Santa, rumo à páscoa. A crucificação, morte e ressurreição do Senhor não foi um caso comum, porque nunca ninguém igualou a Jesus, profetas e pregadores de todos os tempos pregaram e continua pregando, mas quando lhes vem a morte, ninguém ressuscitou dos mortos, Ascensão não foi uma ficção da mentes humana, mas uma realidade palpável, confirmando suas proféticas palavras: um dia elevado da terra, atrairei todos a mim, e este caso ocorrido há mais de dois mil anos, continua vivo e latente na alma de cada cristão. Não se pode escrever a história de Jesus dissociada de Maria Santíssima, haja vista um estar ligado hipostaticamente ao outro, dizia um grande santo que, no calvário havia quatro cruzes, pois Maria estava também crucificada nas dores de seu filho Jesus, e do alto do madeiro o Cristo, vendo- a, exclamou: Maria, eis aí o vosso filho, e depois disse a João, eis aí a vosso mãe, o que se passou no coração de Jesus e de Maria, só os céus recolheram, porque tudo estava consumado, porém a ressurreição de Jesus nos abriu as portas celestes, assegurando-nos também, a salvação. Feliz Páscoa.
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