REDAÇÃO NA ESCOLA

Antonio Machado

Antonio Machado
Quem teria nascido primeiro, a história ou a escola? Ao leitor caberá a resposta, dinamizando o tema, pode-se afirmar que, a história se fez com o caminhar, o feito e os fatos do home, mas a escola foi quem escreveu a história, registrando-a para a posteridade, como tão bem escreveu Miguel de Cervantes, orgulho das letras espanholas; “a história é o êmulo do tempo, repositória dos fatos, testemunha do passado, aviso do presente e advertência do porvir”. Daí, pois, pode-se procrastinar que das invenções humanas, a escola foi a mais importante, porque levou ao homem o conhecimento, e eis que a história entra nesta contextualização como repositória dos fatos, guardando-os como registro em tubos de ensaio para as consultas posteriores, como fez o cientista Tomas Alva Edson, inventor da lâmpada elétrica, que errou noventa e nove vezes, mas registrando também seus erros, para não cometê-los no futuro, não fosse pois, sua persistência, o mundo não conhecia seu invento fantástico, Santos Dumont, pai da aviação, foi persistente em seus erros, porém foi vitorioso, Albert Sabin, hoje cidadão- mundo, inventor da mimosa vacina Sabin, outro gênio da humanidade, pesquisou trinta anos, seu valioso plano, enfim venceu, tudo isto a história registrou no passado e projetou-se no futuro no alvorecer de novas conquistas.
Mas o bom escritor, o bom historiador, precisa também, escrever bem, possuir boa redação, e isto cabe a escola ensinar, normatizar, orientar, ter em seu currículo a disciplina redação, levando o educado a sentir gosto, sabor que vem do primeiro vocábulo, pela redação, que nasce nas escolas com as primeiras composições, ensinadas pela paciência e pertinência da primeira professora que o tempo esqueceu, mas a história registrou, os que escrevem hoje com lisura, vem desse tempo. Venho de um vestibular, que abria com uma prova de redação, como carro chefe de uma série de questionamentos. Vê-se com tristeza, atualmente, a redação, sorrateiramente, saindo das escolas, tornando-se peça obsoleta, levando o formando a usar somente seu talento, mormente quando a literatura lhe fascina para o mundo da redação. E eis que dentro da dinamização do ensino, surge às escolas à distância, as chamadas AD, que muito delas, usam como vestibular para ingressar em seus cursos, simplesmente, uma redação, só e somente, o que muitas vezes surge o descalabro do candidato tirar nota zero na prova, quando ele não tem culpa, mas as escolas por onde passou, que lhe omitiram o ensino basilar da redação como matéria fundamental para a formação de seus educandos. Que falta faz, caro leitor, os famosos cursos pedagógicos, que tantos professores legaram ao Brasil, que o famoso MEC. retirou de suas grades curriculares para dar lugar a um Eja. e outros genéricos, que forma, mas não ensinam. Escrever é uma arte que se nasce com ela, porém é na escola que aperfeiçoamos esse talento, modelando-o nas disciplinas brasileiras da redação para enriquecimento do profissional da escrita, levando o pensador francês, Mme Puisieux, escreverr: “a arte é quase metade do caminho para a perfeição”. Está, pois patenteado que, urge, entretanto, que se revisem as grandes curriculares da educação, inserindo-se a disciplina, a matéria redação nas escolas, se não quisermos assistir cenas deprimentes de alunos prestes a entrar no vestibular passar vexames, por falta de conhecimento, de estímulo para redigir um texto de apenas vinte e cinco linhas, porque a palavra foi feita para ser escrita, como escreveu Graciliano Ramos, mas com conhecimento e saber.

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