OS ENIGMÁTICOS PRECATÓRIOS

Antonio Machado

Antonio Machado
Em outros jornais já abordei o assunto em tela, a exemplo de tantos companheiros da imprensa, haja vista ser Precatórios um tema que envolve grande parte da sociedade, mormente, a alagoana, pois esses “benditos” títulos, são direitos conquistados e adquiridos pelos funcionários que ao longo dos anos, foram se juntando, crescendo como uma bola de neve, formando uma montanha de débitos quase impagáveis. Ideais, sonhos e até castelos foram se amontoando em cima desses valores, que o tempo ajudou a formar e ele mesmo está se encarregando de destruí-los. Ditaram fórmulas normativas, que preferenciavam os casos especiais e os idosos, os escritórios contábeis se arvoraram como intermediadores entre precatórios e precatoristas para recebimento desses proventos economizados belo sobejo da necessidade de cada um, mas ao que tudo parece, estas regras poucos foram beneficiados por ela. A imprensa silenciou um pouco, e tudo voltou ao esquecimento, e enquanto isto os funcionários continuaram esperando que o governo tomasse uma medida que viesse equacionar o problema. E eis que agora surge uma voz no deserto, como outrora, o profeta João Batista, é magnânimo Magistrado, Dr. Diógenes Tenório, orgulho da magistratura alagoana, dada sua integridade impar, pois foi juiz da Comarca de minha cidade, Olho d’Água das Flores, onde exerceu o direito dentro do cânones de direito pautado na imparcialidade que deve nortear o trabalho sério e honrando de um juiz de direito, e levanta uma questão em cima dos precatórios e conseqüentemente os precatoristas, dizendo aqueles magistrados que os processos julgados, e grande parte, estão errados, carecendo de serem reavaliados e que foram os favorecidos. E os precatoristas, Dr. Diógenes, o que vão fazer? Creio que esta resposta o Dr. Governador Teotônio Vilela, tenha. O estadista americano, Abraão Lincoln, escreveu: “jamais fortalecerás a dignidade e o ânimo, se subtraíres ao homem a iniciativa e a liberdade”. Eis aí um grande problema em questão, o Magistrado está levantando a ponta do iceberg, porém parece estar sozinho, mas a sua seriedade está em favor dos menos favorecidos que tem sido sua bandeira de luta. Nessa espera incontida de rever seus direitos, muitos até já morreram. O virtuoso Don Fernandes Iório Rodrigues deixou escrito: “quem se alimenta de miséria do povo, e não faz o povo sonhar a certeza da vitória, não passa de um intelectual falido”.
Em matérias publicadas advogados se contrapõem ao pensamento do Dr. Juiz, dizendo-se que os processos que passaram por seus escritórios pertinentes aos precatórios, foram corretos e bem executados.
E enquanto isto Dr. Diógenes, só restam aos precatoristas sua palavra de Magistrado sério, para esse tão sonhado dinheiro dos enigmáticos precatórios, não sirva para construir seus túmulos, mas ao menos comprar seus medicamentos para ter um final mais ameno, sentenciava Ruy Barbosa: “a justiça quando demora demais, passa a ser injustiça”.

Comentários