O PSICÓLOGO NA ESCOLA

Antonio Machado

Antonio Machado
Apraz-me registrar que, a educação no Brasil já começou atrasada, sabe-se que o Brasil foi descoberto em 1.500, e somente praticamente, meio século após foi instalada a primeira escola, em 1.549, e essa história possui capítulos tristes e bonitos, talvez que das instituições criadas, a escola seja a mais importante, dado seu valor para as pessoas. Os primeiros professores não eram remunerados por seu valioso trabalho, somente muitos tempos depois, essas abnegadas criaturas, os professores, passaram a ter sua remuneração, talvez seja por isto que, até hoje se paga tão mal aos mestres, quando eles têm nas mãos o saber, que por ser tão importante nas pessoas, é que, quanto mais se distribui, mais se aumenta.
O valor do professor é tão sublime que levou o Imperador D. Pedro (1.825-1.891) a exclamar: “se eu não fosse Imperador, seria professor”. Porém é uma profissão muito mal vista pelos governos, essa classe para conseguir pequenas conquistas e relativos aumentos e avanço, ainda tem que enfrentarem greves, e às vezes a baioneta, afora as leis dos poderosos, por que aparece sempre um togado para considerar a luta dos professores improcedente, quando aí tudo se complica, ser mestre é sublime, levando a pedagoga chilena, Gabriela Mistral (1.889-1.957) á exclamar: “Senhor, vós que fostes mestre, perdoa-me se pelo mundo recebo a nome de mestra”. Os homens aperfeiçoaram a escola, a didática dinamizou o ensino valorizando o educando. Na escola moderna é o aluno para a escola, e não a escola para o aluno, a escola não educa para ela, mas para o mundo. Os cursos superiores foram surgindo acompanhando o curso da história, e em meio a tudo isto, surge a figura singular da Psicologia, que tanto bem tem feito a humanidade, e eis que, agora esses profissionais psicólogos chegam as escolas, e em boa hora, trazendo seus conhecimentos acadêmicos para ajudarem os alunos que tanto necessitam de uma orientação psicológica, tentando minimizar muitas vezes, os traumas gerados na família. Na escola do passado, quanta falta esses profissionais fizeram as escolas, afirmo com conhecimento de causa, visto ter exercido o magistério por cerca de 35 anos, em sala de aula, e vivenciei fatos dolorosos, que um psicólogo resolveria o problema. Relato apenas este: numa escola municipal de minha cidade, havia uma aluna, adolescente entre treze e quatorze anos, que chorava muito na sala de aula, e os professores não conseguiram descobrir o grave problema que se escondia naquele rostinho juvenil ainda com cheiro de boa noite e certo dia, a diretora da escola me pediu para conversar com a inditosa adolescente, sem ser especialista, conversei longamente com a garota, e ela chorando, olhou-me nos olhos e me disse: “professor, todo meu problema consiste em que, minha mãe é falecida e eu tenho uma irmã mais velha que está vivendo com meu pai, e ele agora está se insinuando para mim. Aquele pai monstro estava vivendo um caso de incesto, quando a pedofilia ainda não campeava às claras como hoje. Este caso sim, caro leitor, tratava-se realmente para psicólogos e polícia, pois a presença do psicólogo na sala de aula é tão salutar quando o trabalho do professor, mas três pontos fundamentais fazem uma boa educação, a saber: vocação, boa remuneração e uma boa qualificação profissional, já escrevi em outros artigos que, escola bonita, não reflete necessariamente uma boa educação, porque o professor é o oleiro, a criança a massa a ser modelada e a sociedade é o campo de ação desse produto, que se bem modelado, certamente dará bons frutos. Alexandre Magno dizia: “devo mais ao meu mestre que a meu pai, se este me dá o pão que nutre o corpo, aquele me dá o alimento que vivifica o espírito, pode-se dizer que o ensinar requer muitas vezes, compreensão que conhecimento, o professor precisa conhecer o aluno, para lhe granjear a confiança daí sabiamente sentenciava Lome Deer, que “precisamos olhar as crianças com os olhos do coração, não com os olhos da cabeça”, o psicólogo possui essa habilidade de penetrar no cerne da alma do adolescente, para lhe dar o lenitivo que ela necessita.

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