O MARECHAL QUE VIROU MAJOR

Antonio Machado

Antonio Machado

Lançado ano passado, 2011, pouco tomei conhecimento dessa obra, intitulada de O Marechal que virou major, título este tirado de um dos contos do autor, que virou escritor, José Peixoto Noya, santanense de sete costadas, meu colega de viagens para a Universidade, embora cursássemos cursos diferentes, mas firmamos uma boa e sólida amizade, que os ventos da vida não conseguiram apagar, mas firmamos uma boa e sólida amizade, ao lado de sua musa inspiradora, professora Leônia, gente de primeira qualidade. E na última semana, quando da instituição da Academia Santanense de Letras e Artes, (29-05-2012), recebi desse escritor santanense Zé Peixoto Noya, um exemplar de seu livro, com uma primorosa dedicatória. Deitei-me a ler, como dizia o imortal José Américo de Almeida, o autor de A Bagaceira. Trata-se de uma coletânea de trinta e seis crônicas ou “causos” contados pela inteligência fecunda do autor, todas elas cheias de graças e algumas até apimentadas, como a que abre a obra em tela. Ao longo da vida, Zé Peixoto Noya foi aquilatando talvez,e até rabiscando seus “causos” e os guardando, esperando, contudo, o momento exato de levá-los à lume, sendo esta uma tática dos memorialistas, que pacientemente, esperam o momento exato de colher seu fruto, mormente quando os anos que já se lhe avançam, sulcando com o arado do tempo, o rosto outrora sem rugas.
Afeito que sou, caro escritor Zé Noya, a ler os bons livros de uma sentada, assim o fiz com O Marechal que virou major, de sua lavra, trata-se de uma obra de fôlego, visto tratar-se de fatos vivenciados pelo autor no fulgor de sua juventude, você soube juntar as pedras que lhe jogaram na vida, e com elas construiu esse livro para à posteridade, sendo talvez o início de outros que certamente advirão, orvalhe, caro escritor, o resto de sua existência escrevendo, haja vista talento não lhe faltar, deixe para seus próceres sua verve literária. Em seus escritos, você demonstra uma certa tendência para o romance, talvez seja esse o caminho mais acertado para seu campo literário, porque as crônicas, normalmente elas vêem prontas, cabe somente a nos, dar-lhes os retoques, enquanto o romance exige um cuidado mais meticuloso, mais apurado além de muita criatividade, e isto você demonstra possuir. Das crônicas do seu livro, gostei de todas, porém apenas quatro me chamaram a atenção, a que intitula a obra, Elísio Maia e o voto secreto, só eu e Deus, agora só Ele e seresta ao som da madeira de um violão.
Certamente, caro escritor José Peixoto Noya, você será um dos membros fundadores da neo-Academia Santanense de Letras e Artes de sua cidade, isto para se fazer justiça, e ainda mais, sendo seu prestimoso e saudoso pai, Darras Noya, um artista a frente de seu tempo, seu Patrono. Escrevi num dos meus livros este pensamento, que lhe dedico: “Aqueles que foram importante no passado, hoje fazem a história do presente.” (Antonio Machado).

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