LITERATOS AUTODIDATAS

Antonio Machado

Antonio Machado

Desde a criação das letras pelos árabes (consoantes) e os fenícios (vogais) a. C., estava sendo plantada a semente da literatura, que se desdobraria em vários ramos na esteira dos séculos, transformando a escrita no elo de comunicação de todos os tempos em todas as formas e idiomas na formação na linguagem dos povos, Colly Flores, o poeta sem métrica, escreveu: “a linguagem é um meio de comunicação dos povos civilizados” evidentemente, criando o escritor, e se o cidadão foi analfabeto? Há! Já até ia me esquecendo que não existe mais essa palavra, mas acompanhada do termo funcional (analfabeto funcional), que bom! Surgindo talvez, os autodidatas, que muitas vezes escrevem e faz coisas espantosas aos olhos dos letrados, as histórias de todos os tempos não registram se Jesus era formado, certamente, não o foi, e nem precisava, pois como filho de Deus, não carecia de escola para saber todas as coisas, o apóstolo Pedro disse em seu diálogo com Jesus: “Senhor, vós sabeis tudo. Dizem que a maior escola da vida, é o tempo, haja vista ser um estudo continuado, e não se tira férias, gerando aí talvez, o sábio aforismo: o tempo é o senhor da história...
Após este preâmbulo até exaustivo vamos colocar nomes dentre milhares que sem formação acadêmica, destacaram-se nos mais diferentes aspectos e nuances na seara da existência. Li há algum tempo, que uma alta empresa de destaque no Brasil, condecorou, orgulhosamente, com o honroso título de “Arquiteto do ano” a Jesus Cristo. Que bonito!
No lastro da história das pessoas, encontram-se sempre àquelas sem a instrução devida são dotadas de saber e conhecimento. Citamos Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) foi o fundador da Academia Brasileira de Letras – ABL em 1896, este escritor só possuía o segundo grau e é autor de várias obras de real valor literário, obviamente já li 30 livros desse famoso escritor, Machado de Assis era, deveras, autodidata, assim como Humberto de Campo (1886-1934) possuía somente o segundo grau, escreveu maia de 40 obras, todas escritas dentro de uma linguagem coloquial e agradável, com um português limpo e correto, dizem os críticos que esse cultuador das letras era quem melhor empregava a vírgula em seus textos literários, vemos também a poetisa Cora Coralina (1889-1985), autodidata, deixou livros em poesia do melhor quilate, tendo se destacado já na terceira idade, suas obras a imortalizaram, Graciliano Ramos (1892-1953), também não possuía formação acadêmica, dono de uma inteligência rara, escreveu cerca de 11 livros, afora contos e artigos esparsos, Manuel Bezerra e Silva (1808-1987), grande biógrafo de Lampião, escreveu 20 livros de alto valor cultural, mormente no linguajar sertanejo, outro de não menos valor foi Valdemar de Souza Lima (1902-1987), jornalista e escritor de alto conhecimento, deixou poucas obras, mas nelas se revela o valor literário do escritor foi biógrafo de Lampião, Cláudio Olímpio dos Santos é escritor fecundo, notadamente na área de autoajuda, não possui formação acadêmica, mas chegou a presidência da Academia Arapiraquense de Letra e Artes (ACALA), e tantos outros.
As academia de letras estão permeadas de escritores e escritoras autodidatas, contudo cheio de talento, conhecimento que fazem das letras belas páginas literárias que encantam, porque talento não se aprende, se nasce com ele.

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