HUMBERTO DE CAMPOS, ESCRITOR ORGULHO DO BRASIL

Antonio Machado

HUMBERTO DE CAMPOS, ESCRITOR ORGULHO DO BRASIL
Antonio Machado

A história do passado é escrita com a tinta do presente, para que os próceres conheçam o passado, porque senão registrarmos o passado a história se perde na noite dos anos, e um povo sem história é um povo sem passado nem presente, enfim, sem memória.
Quando a vida me oportunizou um nível superior, optei por história, tornando-me professor, e o fiz com esmerada vocação e denodo por um espaço de 35 anos ininterruptos, exceto as férias, lecionando do fundamental ao curso médio com incursões em faculdades, sempre trabalhando a história, que tanto tem me fascinado e facilitado a escrever. Incursionei também, por outras disciplinas, que me proporcionaram pós graduar em sociologia, contudo, foi sempre a história de Heródoto que me modulou o caminho tão sinuoso porém belo, haja vista a proximidade da história com a literatura, afeiçoei-me a ela na leitura dos clássicos universais a exemplo de Aristóteles, Fedro e suas fábulas, Victor Hugo, as máximas inconfundíveis do Marquês de Maricá, a beleza poética da doce Cora Coralina, o civismo de Olavo Bilac, os discursos bem feitos do professor Medeiros Netto, o talento vigoroso de Dr. Tobias Medeiros, o português correntio de Graciliano Ramos e tantos outros luminares na constelação literária que enfeitam a cultura universal, um dos escritores mais fecundos de nossa história é sem dúvida, Humberto de Campos que soube enfrentar as vicissitudes da vida com galhardia e coragem do homem público ao civil, tendo nascido aos 25 de outubro de 1886 e falecido em 05 de dezembro de 1934, ainda bem jovem mas soube usar sua pena de maneira magnifica e melhor que ninguém, escreveu mais de 40 obras, todas do melhor quilate, tendo se constituído em sua época a (febre de se ler Humberto de Campos), era o escritor mais lido de seu tempo tão usado quando o celular de nossos tempos, suas crônicas nos jornais eram disputadas por todas as idades dada a veracidade e a consistência em seus escritos, tratando sempre com honestidade as cartas que recebia diariamente focando os mais díspares assuntos.
Soube, pois, Humberto de Campos conquistar com seus próprios méritos de escritor a Academia Brasileira de Letras –ABL- merecendo aplausos dos pares que compunham aquele sodalício iluminado das letras se não cursou uma faculdade, mas possuía Humberto de Campos, conhecimentos sobejos em seus escritos, porque a natureza lhe fora pródiga no campo da memória e do saber, que a todos encantavam.
Com apenas o segundo grau de seu tempo, em seus escritos, empregava melhor que ninguém a “vírgula” coisa difícil, mormente para os escritores e ele o fazia com consciência de causa, quando se sabe que somente os grandes literatos e os filólogos possuem esse privilégio literário, assemelhava-se, pois, Humberto de Campos ao escritor alagoano Graciliano Ramos, orgulho das letras alagoanas, e quiçá do Brasil.
Mesmo com uma vida curta, o escritor Humberto de Campos, deixou umas vasta obra literária nas livros que escreveu, dentre tantas cito O mealheiro de agripa, Sepultando meus mortos, Destino, Páreas, As tamareiras, Brasil anedótico, e tantas obras que se imortalizaram por seu valor, seu conteúdo tão denso e tão rico, são obras escritas há muitos anos, porém parecem ter sido escritas em nosso tempo, é aí que o escritor se imortaliza pelo seu trabalho literário que se pereniza no tempo na história dos homens.
Infelizmente, atualmente, essas obras raras não mais se encontram nas livrarias, só nos sebos que ainda guardam essas raridades literárias, como um fio de cabelo perdido a espera de um leitor...
Não se pode deixar morrer esses valores do passado que souberam escrever o presente de seu tempo, com cinzel de ouro para o povo de hoje como verdadeiras pérolas que os anos não acabarão, concluo meu artigo sobre Humberto de Campos, que também era poeta, tendo deixado esta quadra imorredoura escrita no livro Poesias completas, as páginas 385: “depois do mundo concluído, e que o ouro nele espalhou, Deus ficou arrependido, reuniu esse ouro, e enterrou”.


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