ocê, como quase todos nós, deve ter aprendido que o inventor do rádio foi um italiano chamado Guglielmo Marconi. Contudo, provavelmente, nunca ouviu falar de Roberto Landell de Moura, o padre brasileiro responsável por fazer em 1894 (dois anos antes de Marconi) uma experiência pioneira de radiodifusão, mas acabou menosprezado pelos registros históricos.
Nascido em Porto Alegre e educado em Roma, Landell foi a São Paulo exibir seu invento ao público e tentar conquistar um patrocinador. Ele transmitiu a voz humana por 8 quilômetros em linha reta, da avenida Paulista até o Alto de Santana, na zona norte da cidade. (Detalhe: o rádio inventado por Marconi só transmitia sinais telegráficos.) Ainda assim, o sucesso do experimento não se converteu em dinheiro.
Em 1900, Landell repetiu o experimento, agora na presença de jornalistas e de um representante do governo britânico. A notícia repercutiu, mas não do jeito que ele planejara: alguns religiosos se indignaram quando souberam que um padre estava fazendo “bruxarias”. Dois dias depois da demonstração, meia dúzia de fiéis invadiu o modesto laboratório do religioso para quebrar todos os seus aparelhos.
No ano seguinte, o padre foi tentar a sorte nos EUA, onde impressionou a comunidade científica. Eis que o esperado dinheiro parecia estar chegando: empresários americanos ofereceram uma fortuna a Landell. Só que, patriota ferrenho, ele a recusou. O padre acreditava que as invenções pertenciam ao Brasil. Ele conseguiu patentear suas invenções em 1904. Tarde demais: Marconi já o havia feito em 1896.
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Contextualização e Memória da Radiodifusão Santanense até 1989
LiteraturaPor Redação com João Neto Félix Mendes 23/04/2019 - 08h 10min Imagem Ilustrativa
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