Todas as vezes em que me deparo com questões políticas que envolvem a paixão desmedida por políticos e observo esses amantes, quase cegos, quase um séquito, fico bastante preocupado com a incapacidade deles de ver a realidade como ela é, ainda que esta lhes possa retirar a utopia ou alguma distopia nefasta e perigosa. O populismo, em quaisquer de suas formas e apresentações, é um dos primeiros passos para regimes totalitários. O populista está preocupado apenas com se a sua imagem é aquela que agrada multidões, ainda que, para o seu bel-prazer ideológico, ele tenha de ser um arquétipo sub-reptício de um deus, de um salvador, de um justiceiro, de um redentor. Ele acredita, mesmo pertencente à esfera humana e passível de erros e falhas, que o papel que lhe dão é acriticamente o papel que tem de ser não só representado, mas também de ser posto em prática como uma realidade prazerosa e legítima. Ainda que ele mate, furte, seja corrupto ou um tirano, por exemplo, ele não enxerga em nenhum desses atos quaisquer irregularidades morais ou ilegalidades, pois a legitimidade que lhe é dada, por seus súditos, parece ser uma cápsula protetora, como se o tosco ditado: “rouba mas faz” e outros símiles ditos fossem merecedores de louvores e lutas. Pensando com Weber, percebe-se que para o poder carismático, a razão e os seus ditames são algo indesejável.
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Colunistas: Ideologias, política e os arquétipos da salvação
CulturaPor Redação com Adriano Nunes 22/07/2018 - 22h 10min Arquivo Pessoal
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