Ao professor Rogério Amaral*
Em três de novembro de 2003, uma terça-feira. Dia de feira livre em Senador Rui Palmeira. Aconteceu verdadeiro Tsunâmi, causado por uma cheia no Riacho Grande. O curso d’água que circunda o poente do município, passa margeando os fundos das edificações e moradias, que ficam do lado leste da cidade. No passado, dava nome ao antigo povoado, que viria a emancipar-se de Santana do Ipanema. Na época fiz um cordel sobre a enxurrada. Eis alguns trechos dos versos:
A CHEIA DO RIACHO GRANDE
(...) quanto mais chuva caía
Água valente Crescia
Era cheia de verdade
O Riacho ficou cheio
Foi tão grande o aperreio
Afogou meia Cidade!
Água é linda e embeleza
Mas quando ela se enfeza
Faz um grande arrastão
O que LAVA não se Conta
LEVA tudo numa afronta
Faz a maior Armação
LAVA a Soleira da porta
LEVA o Chiqueiro da porca
Derruba muro e portão!
LAVA a Casa de Farinha
LEVA as penas de galinha
Do munturo e do Lixão!
LAVA bunda de menino
LEVA bosta de Bovino
E os “Fatos” de uma Criação
Quando a água vai embora
Deixa a marca que passou
O Leito do Rio lavado
É a Prova e o Legado
Que a Natureza vingou!
Nosso personagem Tonho Neguinho, o cabra mais presepeiro daquelas paragens, de quem já narramos aqui aventuras de dar inveja a Pedro Malazarte. Veio à Santana do Ipanema naquele dia, e acabou encontrando-se com José Antonio, um dos seus filhos que residia em Canindé do São Francisco. Os dois retornaram juntos pra Senador. Quando vão entrando na cidade, José Antonio indaga:
-Ô pai, o senhor disse que as casas estavam tudo no chão?
Claro! E por acaso elas estão voando?!
*P.S. Meu amigo professor Rogério Amaral, é irmão da colunista Luciene Amaral. São lá de Senador Rui Palmeira. Ele declara-me sempre, de que utiliza nossos poemas, inclusive esse da Cheia do Riacho Grande, em suas aulas. A ele nosso muito obrigado.
Fabio Campos 28/03/2011 É Professor em S. do Ipanema – AL.
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