Antonio Machado
O esporte nasceu com o próprio homem, visto ser ele essencialmente sociável, percebe-se isto nos meandros da história desde as mais priscas eras, desde as olimpíadas criadas pelos romanos, sob as bênçãos de Zeus, tendo como um protótipo o monte Olimpo na vetusta Roma dos Césares, antes de Cristo, e de lá, esparramou-se por todo o mundo. Ao longo da história foram surgindo as mais variadas formas esportivas, desde um simples arremesso de um dardo aos mais radicais. O esporte é deveras saudável e importante para a vida humana, visto fazer bem ao físico e a alma, desde que não prejudique as partes envolvidas. Basta que se veja os antigos esportes envolvendo animais em circos quando aquelas casas de espetáculos de vida nômade, usavam as feras para o deleite do público, em seus mais variados espetáculos, porém essas apresentações foram tomando tamanha dimensão, que as autoridades centradas nas leis de proteção aos animais, acabaram por proibirem esses esportes circenses, e em boa hora, haja vista os maltratos impostos aos animais, tanto nas apresentações ao público quanto sua vida precária dentro do confinamento dos circos, atualmente no Brasil a pratica de se usar animais em espetáculos de circo está terminantemente proibida.
O Nordeste tem um povo bom, frívolo, festeiro por essência, já se disse com ênfase que, o melhor do nordeste, é o nordestino, exaltado nos escritos dos imortais Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Luiz B. Torres e tantos ícones que se prezam na literatura brasileira, mormente a nordestina, pois foi da audácia indômita dessa gente que emergiu das fazendas nordestinas na década de 1940, as pioneiras corridas dos vaqueiros na busca de arrebanhar os barbatões para os currais das fazendas, ficando denominada de “pega de boi do mato”, onde o homem nordestino enfrenta a bravura e a sagacidade tirana de um boi extremamente selvagem, montado num fogoso corcel, cavalo devidamente adestrado para esta finalidade em um ambiente hostil num emaranhado de árvores desiguais e um chão cheio de cactos, de espinhos pontiagudos que somente a bravura e a coragem dos nordestinos sertanejos fazem do vaqueiro o herói dos sertões nordestinos, e muitas vezes, anônimo, como tão bem cantou o Gonzagão: “sacudindo numa cova, desprezado do Senhor...”.
Estava, ai, pois, criada as famosas vaquejadas nordestinas, que ao longo dos anos ganhou adeptos, admiradores e se espalhou por todo o nordeste como uma febre contagiosa, para a alegria de seu povo e sua gente, constituindo-se hoje, no Brasil, notadamente no nordeste, depois do futebol, o segundo e maior esporte brasileiro, arrebanhando gente de todas as classes sociais.
Na carruagem da história, puxada pelas rodas nas estradas esburacadas e ínvias do sertão nordestino, lendas e verdades foram se fazendo ao sabor desses anos, contadas nos copiares e alpendres das velhas fazendas no cair das noites enluaradas, nos plenilúnios sertanejos, nos aboios melosos dos vaqueiros, no chamamento do gado para o curral, que responde com o berro como a compreender a linguagem do vaqueiro numa simbiose que somente o nordestino compreende. Agora é lei, a câmara e o senado Federal aprovaram a PLC 24/2016, legalizando as vaquejada no nordeste passando para patrimônio cultural e imaterial, espera-se, entretanto, que essa lei uma vez aprovada seja sancionada pelo presidente Temer.
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