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Os
primeiros habitantes do lugar onde é hoje nossa cidade foram
os Índios Carnijós ou Fulni-Ô, (Fulni-Ô em
Yaathe quer dizer: Povo que vive na beira do rio) que pertenciam à
tribo localizada na serra de Águas Belas, no vizinho Estado de
Pernambuco. Viviam espalhados ao longo das margens do rio Ipanema e
foram afugentados pelas chamadas “Entradas e Bandeiras”
(Descedores e Corsários) que realizaram as primeiras penetrações
no rio São Francisco, de 1656 a 1661.
Em 1658, era concedida a Nicolau Aranha Pacheco, Francisco de Brá,
Damião da Rocha e Baltazar de Farias, uma sesmaria de 16 léguas,
perto do rio São Francisco, dividida ao meio pelo rio das Cabaças
– hoje chamado Capiá. Exatamente nas cabeceiras desta sesmaria
foi concedida uma outra a Damião da Rocha, Teodosio da Rocha,
Francisco de Brá e Antonio Souto.
Nas margens desta ultima doação, foi doada outra sesmaria
a Antonio de Souza Andrade e mais três companheiros por carta
de 03 de novembro de 1660. Por trás da Serra do Pitajá,
os já referidos Francisco de Brá, Damião da Rocha
e Baltazar de Farias obtiveram nova sesmaria de quatro a cinco léguas
de comprimento por cinco de largura. E nas suas vizinhanças,
o Padre Francisco Manoel da Silveira, a Igreja dos Guararapes e mais
cinco requerentes conseguiram no ano de 1660 uma sesmaria de vinte léguas
de comprimento por dez de largura, entre os rios Ipanema, Traipu e Pibiré.
– Isso ocorreu antes mesmo da criação da Comarca
de Alagoas, fato ocorrido somente em 09 de Outubro de 1706.
Foram, porém os rendeiros e os compradores de terras dessas sesmarias
que ocuparam efetivamente o sertão alagoano, subindo os vales
secos do Traipu, do Ipanema e do Capiá no decorrer do século
XVIII.
No dia 19 de Março de 1771, o Sr. João Carlos de Mello
e sua esposa Maria de Lima passaram a escritura da Fazenda Picada ao
Sr. Martinho Vieira Rego – esse documento se referia à
localidade denominada Maniçoba, hoje periferia de Santana do
Ipanema.
A fazenda Picada foi vendida a prazo por trezentos mil réis,
dos quais, cem mil réis seriam pagos no mês de setembro
do corrente ano, e os outros duzentos mil seriam divididos em mais quatro
prestações de cinqüenta mil réis anuais a
cada mês de setembro. O gado que havia na propriedade também
foi vendido ao mesmo comprador a preço de dois mil réis
cada cabeça. Como a Srª Maria de Lima não sabia ler
nem escrever, teve o seu nome aposto ao documento pelo seu filho Inácio.
Os irmãos Martinho e Pedro Vieira Rego e suas famílias
fixaram-se à margem esquerda da Ribeira do Panema – primeiro
nome da localidade – num lugar cercado de colinas, próximo
as Serras da Camonga, Poço, Caiçara e Gugi.
Aparecem, assim, as primeiras fazendas de criar, nesta região,
que se comunicavam com as povoações da “beira”
do São Francisco, ao Sul, e com o Povoado de Águas Belas,
Vilas de Garanhuns e Cimbres na “banda” do Norte.
Como eram trabalhadores, os irmãos Martinho e Pedro logo prosperaram.
Organizaram novas fazendas que foram sendo entregues aos filhos que
constituíram famílias.
Esses intrépidos fazendeiros foram dando nome às suas
propriedades, aos acidentes geográficos e às povoações
que iam surgindo.
Em 1787, quando Santana era um simples arraial quando chegou à
região o Padre Francisco José Correia de Albuquerque,
missionário natural de Penedo, mas sendo seu pai de Bezerros,
Pernambuco e sua mãe de Penedo. Em aqui chegando, conseguiu construir
naquele mesmo ano uma capela em honra a Senhora Santa Ana – atual
padroeira – em cujos trabalhos de construção foi
ajudado pelo fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e auxiliado pelo povo,
que vinha ouvir as pregações do missionário. Nascia
assim a “cidade”.
A povoação cresceu, e cinqüenta anos depois já
contava com 4.703 habitantes, dos quais 570 eram escravos.
Em 1836, cumpridas as formalidades exigidas pela Igreja Católica,
a povoação torna-se freguesia. Padre Francisco José
Correia de Albuquerque toma posse como o primeiro pároco de Santa
Ana da Ribeira do Panema. Finda seu sacerdócio em 1842.
A povoação continuou a crescer e a progredir. Foram sendo
delineados rapidamente a Praça da Matriz, o Quadro Central, ruas
e becos.
No ultimo quartel do século XIX, foram construídos os
belos sobrados coloniais do Centro.
Foi a lei nº 9, de 24 de Fevereiro de 1836 que tornou Santana uma
Freguesia. Um detalhe expressivo é que foi o próprio Padre
Francisco correia quem promoveu gestões junto aos conselheiros
do Governo do presidente de Alagoas, D. Nuno Eugênio Lócio
e Seilbiz, com o propósito de elevar Santana a essa categoria.
O projeto só se converteria em Lei naquele ano pelas inúmeras
formalidades de que se fez mister.
Em 24 de Abril de 1875, Santana torna-se Vila pela resolução
nº 681, desmembrando-se do território de Traipu, com estrutura
própria político-administrativa, com poderes para arrecadar
tributos, prestar contas deles ao erário estadual, eleger intendentes
– atuais prefeitos – e conselheiros – atuais vereadores.
A população, então dobrara. “O progresso
da Vila alicerçava-se na velha pecuária e numa florescente
agricultura de milho, feijão e algodão” –
fonte: Djalma de Melo Carvalho; Festas de Santana – e ainda, no
comércio de tecidos e no beneficiamento de algodão.
Veio a República, e com ela vieram a constituição,
novas leis e novo processo político.
Alguns comerciantes tomaram gosto pela política. O coronel Luiz
Gonzaga de Souza Góes, por exemplo, comerciante de tecidos, exerceu
o cargo de Intendente de 1895 a 1914. Deixou em seu lugar o Padre Manoel
Capitulino de Carvalho, seu cunhado. Este Padre fascinado por política,
influenciou nas decisões político-administrativas de Santana
do Ipanema durante cerca de trinta anos.
Padre Capitulino havia chegado à cidade em 1898, como o 15º
Pároco. Com a liderança e a efetiva participação
dele, a Vila comemorou com muita festa a chegada do novo século.
A 1º de Janeiro de 1900, a Capela de Nossa Senhora da Assunção
é erguida como monumento alusivo à passagem do século,
seria o local de convergência das festividades.
Em 1917 chega à Vila o Padre José Bulhões para
coadjuvar o então pároco Manoel Capitulino de Carvalho.
Nascido em Entremontes no ano de 1886 é ordenado em 08 de Dezembro
de 1912. E toma posse na Paróquia de Santana no ano de 1919.
No Cartório do 1° Oficio no dia 16 de Agosto de 1913, mais
precisamente às13h00, é feito o primeiro Registro de Escritura
de venda de terras – A escritura data de 25 de Julho de 1903.
Sendo que o mais antigo é a escritura de venda da Fazenda Picada,
que data de 19 de Março de 1771 e não foi registrado em
Cartório.
O primeiro registro de venda de imóvel existente no arquivo do
Cartório do 1° Oficio é de uma casa de taipa, vendida
por um conto de réis. A escritura é datada de 23 de Novembro
de 1915. E tem como vendedora a Srª Aumerinda Brandão de
Melo e como comprador o Cel. Manoel Rodrigues da Rocha.
Em 1918, na localidade denominada Capim, hoje Olivença, Joel
Marques organiza uma bandinha com quinze instrumentos. Cada um pertencia
ao próprio componente da bandinha. Dentre eles, Jonas Aragão,
Amabilio, Miguel Bulhões, Pedrinho Preto e Jovino Azevedo. Em
1920 a bandinha é convidada para tocar em Santana e faz muito
sucesso. Entre 1914/1918 existia a banda “Carapeba”.
A comarca de Santana do Ipanema foi criada pela lei nº 846, de
4 de Julho de 1920.
Segundo relatos, colhidos com o Senhor Alberto Nepomuceno Agra, o Padre
Bulhões era um homem que demonstrava preocupação
com a educação dos jovens do lugar e resolve fundar aqui
o Instituto São Tomás de Aquino na década de 20.
Jovens de Pão de Açúcar, Mata Grande, Água
Branca, Sertãozinho (atual Major Izidoro) vinham estudar aqui.
Entre os alunos ilustres do Instituto, podemos citar João José
da Silva Yôyô Filho e o Senhor Euclides Ferreira Costa (Pai
da Senhora Januária da Costa e Silva – LINDA).
No dia 22 de Março de 1921 nasce o escritor Breno Accioly.
Finalmente, pela lei nº 893 de 31 de Maio de 1921, Santana mereceu
a categoria de Cidade, pois, já era conhecida pelo seu progresso,
alicerçado na pecuária e destacadamente, nos cultivos
de milho, feijão e algodão.
Em 1922 é formada a Filarmônica Santanense, popularmente
conhecida por “Aratanha”, formada pelo Sr. Benedito Melo
e sob a regência de Jovino Azevedo ou Jovino “Sebança”.
Ainda em 1922 é renovada a banda Carapeba, que pertencia ao Coletor
Federal o Sr. Manoel Vieira Queirós, seu próprio regente.
No dia 7 de Setembro de 1922 é inaugurado um obelisco na Praça
Senador Enéas Araújo com um busto de D. Pedro I. Era em
comemoração ao centenário da Independência
do Brasil. Na época André Ferreira da Silva era o Intendente
Municipal – entre 1940/1945, por ordem do Prefeito Adauto Barros
o busto de D. Pedro I é arrancado do obelisco.
Ainda no ano de 1922, no mês de novembro, é inaugurada
a 1ª empresa de luz elétrica, de iniciativa privada. Que
tinha como proprietários o Sr. Benigno Rodrigues Lins de Albuquerque
e Tertuliano Vieira Nepomuceno. Nessa época só havia na
cidade trinta e dois postes com foco de luz. Tempos depois a empresa
passou para o controle da prefeitura municipal.
A instalação da Comarca só ocorreu em 10 de Junho
de 1924, com a lei nº 1035. Nesta mesma data foi nomeado o primeiro
Juiz de Direito o Bacharel Manoel Xavier Accioly.
Ainda 1924, a “Aratanha” para, quando seu proprietário
Benedito Melo é eleito prefeito da Cidade.
No dia 13 de Fevereiro de 1925 é assentado um Registro de Nascimento
– nº 461 – em Santana do Ipanema – segundo a
Oficial Ellen Thaise Godoy Amorim do Cartório do Registro Civil,
este é o documento mais antigo, haja vista as paginas anteriores
não constarem mais no Cartório.
Em meados de 1926 é extinta a banda Carapeba.
No dia 06 de junho de 1926, um grupo de cangaceiros – num total
de 45 – chefiados por Lampião, invade a Vila de Olho d’Água
das Flores – então Distrito de Santana do Ipanema –
em um dia de feira. Os senhores Juca Feitosa e Melo de Abreu têm
suas casas de comércio incendiadas pelo bando.
Os cangaceiros saquearam outros estabelecimentos, jogaram peças
de fazenda no meio da rua, para que o povo viesse roubar.
A voracidade dos facínoras era tanta que ao saquear, os estabelecimentos,
atearam fogo ao único carro que havia na localidade, um Ford
29 de propriedade do Sr. Meira, que era inspetor da Companhia Standard.
O proprietário só foi poupado, porque um conhecido de
Lampião lhe havia dito que ele era da policia.
Saindo de Olho d’Água das Flores o grupo foi pernoitar
em São José da Tapera.
Era a Revolução de 30, em plena marcha para o interior
nordestino, sob o comando do General Juarez Távora – conhecido
popularmente como vice-rei no Nordeste, devido a sua autoridade política
– desfraldando a bandeira da Aliança Liberal. Os revolucionários
mais graduados marcham com destino a Maceió. Outra coluna, sob
o comando do Oficial-Médico Luis de Góis, filho de Santana
do Ipanema, rumou para o sertão alagoano, marchando sobre Santana
às primeiras horas da noite.
Não houve um só tiro, apenas corre-core e expectativa.
Um novo prefeito seria indicado e Pancrácio Rocha foi o nome
escolhido. Mas sua mãe D. Maria Isabel Gonçalves –
mais conhecida como Sinhá Rodrigues o aconselhou a renunciar
ao cargo. Frederico da Rocha fora o novo nome indicado.
Joaquim Ferreira lavrou a ata de posse do novo prefeito do município.
Naquela noite histórica de 31 de Outubro, ninguém dormiu.
Na manhã de 1º de novembro, precisamente às 8 horas,
Frederico da Rocha com outras autoridades, dirigiu-se à residência
de Ormindo Barros, para comunicar-lhe que se considerasse deposto em
nome do Governo Revolucionário, e que entregasse os arquivos
da prefeitura e prestasse contas da administração, para
o que lhe foi concedido, o prazo de 24 horas.
No ano de 1932 o Capitão Medeiros – mais conhecido por
capitão Marreta – nomeado prefeito da cidade, assassina
a própria esposa no interior da Prefeitura, que também
era utilizada como residência.
O crime fora cometido altas horas da noite, e o capitão assassino
utilizara uma marreta, com a qual esmagara a cabeça de sua esposa.
Os gritos de socorro foram ouvidos na casa vizinha, onde moravam Duda
de Bagnane e sua família.
No dia seguinte, foram acusados do crime, Fernando Nepomuceno, Marinheiro,
Joel Marques e Antonio Cavachão, que logo foram presos pelo delegado
local, por insinuação do próprio criminoso.
Mas o vizinho Duda Bagnane sabendo do ocorrido foi à delegacia
e esclareceu os fatos, apontando o verdadeiro criminoso.
Entre os anos de 1935/1936 surge uma nova banda de música na
cidade, a “Santa Cecília”, por idéia de Nicodemos
Nobre, mas sob a regência de Abílio Mendonça.
Elementos remanescentes de “Aratanha” e “Carapeba”,
se integram à nova banda.
Já encaminhada, sua regência termina nas mãos de
Miguel Bulhões.
No dia 07 de Janeiro de 1936 a Câmara de Vereadores inicia seus
trabalhos. É a Posse do Prefeito Joel Marques (primeiro prefeito
eleito pelo voto popular).
Através do decreto n° 2.294 de 16 de Novembro de 1937 é
fundado o Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Entretanto seu funcionamento
se dá no mês de Fevereiro do ano seguinte, que teve como
primeira diretora a Srª Leopoldina Lima.
É inaugurada a Escola Estadual Batista Acioli no ano de 1938,
no Bairro de São Pedro. Como funcionava à noite, recebeu
o nome de “Escola do Bacurau”.
A 1ª Procuração existente no arquivo do Cartório
do 1° Oficio data de 04 de Fevereiro de 1939. O Sr. José
Pereira de Almeida e sua mulher Sebastiana Pereira de Almeida nomeiam
o Sr.Aristeu Cavalcante como seu procurador.
Em 1940 José Ricardo Sobrinho assume a direção
da banda Santa Cecília. Finda sua direção entre
1942/1943. Em 1946 por problemas políticos paralisa suas atividades.
Em 1947, morre o músico José Ricardo Sobrinho, vítima
de envenenamento.
O perfeito Firmino Falcão Filho – Sr. nozinho – exerce
o mandato por apenas 8 meses, nos idos de 1947/1948. Fora indicado pelo
Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Nessa época
os prefeitos eram indicados pelos governadores – após a
redemocratização do país e até a vigência
do novo período constitucional.
A sua maior obra foi a construção da ponte sobre o Riacho
Camuxinga, chamada “Ponte do Padre Bulhões”. A obra
custou 200 mil réis.
Quem sucedeu Firmino Falcão foi o Coronel Lucena. Sendo este
o primeiro prefeito eleito pelo povo em 1948.
No dia 17 de Setembro de 1949, pela lei n° 1.437, Major Izidoro
emancipa-se de Santana do Ipanema.
No dia 11 de Fevereiro de 1950 é fundado o Ginásio Santana.
O idealizador deste feito foi o Dr. João Yoyô Filho.
Os primeiros diretores do Ginásio Santana foram o Dr. João
Yoyô Filho, Alberto Nepomuceno Agra, Mileno Ferreira da Silva,
Eraldo Bulhões. Os primeiros professores foram D. Maria Wanderley,
Dr. Hélio Cabral, Alberto Nepomuceno Agra, Major Alves Mata,
Melânia Oliveira.
Ainda naquele ano é inaugurado o Mercado Municipal de Carnes/Açougue,
Pelo Prefeito Adeildo Nepomuceno Marques.
No dia 12 de Abril de 1951 chega a Santana do Ipanema o Padre Luis Cirilo
Silva. Como coadjutor do Padre Fernando Medeiros. Este último
assumiu a paróquia como Pró-Pároco no período
de 1949/1951, por conta da enfermidade do Pe Bulhões.
Após a morte do Padre Bulhões e a saída do Padre
Medeiros para Penedo, o Padre Luis Cirilo Silva assume a paróquia
de Senhora Santana.
O padre Cirilo nasceu no dia 25 de Março de 1915 na Serra da
Mandioca, município de Palmeira dos Índios. E ordenou-se
sacerdote no dia 16 de novembro de 1941. Entre suas inúmeras
contribuições à cidade estão, a Casa Paroquial
e o Salão Paroquial.
No dia 08 de Março de 1953 é inaugurada a Agência
do Banco do Brasil S.A., gerando expectativas de um futuro melhor para
a população. A partir desse momento todo investimento
que fosse feito na lavoura teria mais apoio.
Através da Lei 1.748, de 02 de Dezembro de 1953, Olho d’Água
das Flores foi emancipado de Santana do Ipanema.
Foi inaugurado no governo de Arnon de Melo no dia 11 de Maio de 1954
o Grupo Escolar Ormindo Barros.
Em 1954 é fundado o Ipanema Sport Club. Sendo que anteriormente,
existiu um outro clube com o nome de Ipanema, fundado mais ou menos
entre 1905/1908.
Em 24 de Abril de 1954, Olivença é desmembrada do município
de Santana do Ipanema. Adquirindo assim autonomia política e
econômica.
Em 1956 na administração do prefeito Hélio Cabral,
a Santa Cecília retoma suas atividades com novos membros.
O adeus final veio ao termino do mandato do prefeito Ulisses Silva.
No dia 08 de Julho de 1957 é fundada a Associação
Atlética Banco do Brasil – AABB. Um clube para os funcionários
do Banco do Brasil e seus familiares. Depois passou também a
aceitar pessoas da sociedade que não faziam parte do quadro do
banco.
Olivença e Maravilha são emancipados de Santana no ano
de 1958.
A Lei n° 2.100, de 15 de Julho de 1958, concedeu autonomia administrativa
ao povoado de Poço das Trincheiras, com território desmembrado
de Santana do Ipanema. A instalação oficial, no entanto
só aconteceu no dia 20 de Janeiro de 1959.
A partir da década de 60 Santana do Ipanema vive grandes momentos.
É nesse período que a cidade toma ares de um verdadeiro
progresso, varias são as inaugurações na cidade.
Através da Lei 2.445 de 21 de Junho 1962, Ouro Branco adquire
autonomia e emancipa-se de Santana do Ipanema.
Até os idos de 1962, a cidade era “iluminada” pela
empresa de luz mantida pelo município. É ainda no ano
de 1962 que acontece uma das maiores manifestações populares
de que já ouviu falar em Santana do Ipanema. Já nessa
época as pessoas davam demonstrações de cidadania
e luta pelos seus direitos. As autoridades tinham que entender que as
pessoas não aceitariam mais aquela condição. O
povo indignado pela constante falta de energia resolve sair às
ruas em uma super carreata para protestar. Ninguém aquentava
mais.
– Basta! Luz até Junho, ou votaremos em branco!!! Eram
as palavras da população. Estavam próximas as eleições.
O governador do estado o Major Luiz Cavalcanti veio à cidade
para tentar acalmar os ânimos. E prometeu que em breve solucionaria
o problema. Em 1963 a CEAL conclui os trabalhos e eletrifica a cidade.
No dia 13 de maio de 1963 é fundado o Ipiranga Atlético
Clube. A sua diretoria é formada pelo Sr. José Solange
Tenório como Presidente; o Sr. José Cipriano Filho como
Vice-Presidente; o Sr. Ivaldo Cardoso Soares como Secretário;
o Sr. Carlos Soares Sampaio como Tesoureiro; o Sr. Homero Malta Feitosa
como Diretor de Esportes; o Sr.Manoel Oliveira Queiroz como Diretor
Social e o Sr. Paulo Ferreira de Andrade como Orador.
As coisas vão acontecendo e a cidade cresce sob novos olhares
e expectativas de um futuro mais promissor para todos.
– ...Em 1963, foi instalada na cidade de Santana do Ipanema –
AL., a 6ª (sexta) Inspetoria Regional de Ensino da Secretaria de
Educação do Estado de Alagoas, sob a responsabilidade
da Profª Inspetora, Maria do Carmo Nepomuceno, designada pelo então
governador, o excelentíssimo Senhor Dr. Luiz Cavalcante e pelo
Secretário da Educação, Dr. Deraldo Campos.
Inspetoria Regional de Ensino – 6ª Região Sede: Santana
do Ipanema – AL.
Municípios adjacentes: Olho d’Água das Flores, Dois
Riachos, Ouro Branco, Maravilha, Carneiros; e outros.
Equipe Central – Inspetora, supervisora, orientadora, datilógrafo,
auxiliares; etc.
Objetivo: Organização, Expansão e Melhoria da qualidade
do Ensino...
Trechos de uma carta enviada à 6ª CRE pela Srª Maria
do Carmo Nepomuceno, no ano de 2003.
No dia 06 de Março de 1964 no Posto Fiscal do Povoado de Areias
Brancas. Segundo relatos de uma das moradoras do Povoado, a Srª
Marinalva Cordeiro:
– Os fiscais passaram o dia todo “prendendo” carros
que por ali passavam.
Ao ser informado que um dos seus carros havia sido retido, o proprietário
de caminhões de transporte o Sr. Cleodon Teodósio vai
ao povoado saber do ocorrido. Começa a discutir com os Fiscais
do Posto.
Após algum tempo de discussão, Cleodon é morto
pelos fiscais. A Srª Marinalva Cordeiro diz que:
– Logo em seguida vieram vários carros de Santana e as
pessoas começaram a depredar e a atear fogo ao Posto Fiscal.
Toda população ficou indignada.
Em Santana não foi diferente, o vandalismo tomou conta das ruas,
moveis e documentos de toda ordem do posto fiscal foram queimados.
No ano de 1966 é inaugurada a Companhia telefônica. Este
órgão possibilitava ao povo Santanense a liberdade para
se comunicar com o mundo inteiro, permitindo assim transações
comercias, conversa com familiares distantes.etc...
No dia 13 de Março de 1966 morre no Rio de Janeiro o escritor
Breno Accioly.
A Inauguração da Água Encanada em Santana do Ipanema
no dia 31 de março de 1966, vem para por fim ao suplicio da seca.
Nesta mesma data é erguido um monumento ao Jumento e seu tangedor
“Candinho”
É fundada a Escola de Samba Juventude no Ritmo no dia 10 de Janeiro
de 1967.
1972 é o ano que tem inicio a Festa do Feijão. Pessoas
fantasiadas desfilavam em carros alegóricos muito enfeitados.
O Governador Afrânio Lages no Boletim Comemorativo da Festa do
Feijão, datado de 1974 fala ao povo santanense e diz do seu contentamento
quanto a realização da Festa do Feijão, que teve
seu inicio em seu governo:
“Não posso deixar de expressar a minha alegria no momento
em e que uma grande parte da comunidade sertaneja se une para festejar
a vitória de um de seus produtos-base: o feijão.
Confraternizam-se na Festa do Feijão os agricultores dos municípios
da região limítrofe de Santana do Ipanema.
Trata-se de um entusiasmo dos mais legítimos, pois nada mais
compensador do que plantar e colher. Planta-se uma esperança
e se colhe uma realidade.
É justo que a comunidade se rejubile e festeje larga e solenemente
o fruto de seu trabalho inteligente e persistente.
Sinto-me particularmente integrado a estes festejos, pois foi o meu
governo que teve a sensibilidade de criar a “Festa do Feijão”,
que, hoje, já se encontra inserida no calendário turístico
nacional, sendo uma festa que desfruta do apoio da Empresa Brasileira
de Turismo.
Acontecimentos dessa ordem despertam nos seus participantes uma nova
força de trabalho, constituindo-se numa fonte de energia para
outras iniciativas.
Meus parabéns e meu abraço de congratulações
a todos os promotores e participantes de “Festa do Feijão”,
a realizar-se na prospera cidade de Santana do Ipanema”.
Mario Lyra assessor de Imprensa do Governo, na oportunidade expressa
sua admiração, dizendo que é um verdadeiro “Exemplo
de grandeza”: A “II Festa do Feijão”, realizada
em Santana do Ipanema – principal pólo do desenvolvimento
do sertão alagoano, pelo amplo sucesso alcançado, ofereceu
a Alagoas, ao Nordeste e ao Brasil um eloqüente exemplo de grandeza
e da força empreendedora da gente sertaneja.
Proporcionou, igualmente, a toda uma comunidade habituada ao trabalho
quase anônimo, usufruir, com justiça e merecimento, as
alegrias, das conquistas alcançadas.
O nosso desejo é de que a “III Festa do Feijão”
alcance o mesmo êxito, o que muito contribuirá para o bem-estar
dos sertanejos e a projeção da verdadeira imagem de Alagoas,
neste vitorioso “ano da construção”.
Santana do Ipanema tem seu nome divulgado em vários meios de
comunicação de todo o país. A Festa do Feijão
nesse momento é uma realidade e proporciona ao homem do campo
esse reconhecimento nacional.
(O Cruzeiro, edição de 15.11.72).
“A Festa Nacional do Feijão nasceu como homenagem ao trabalhador
rural, cuja coragem, é exemplo que evidencia a fortaleza dos
simples homens que desafiam, no sertão, a aridez de um solo poucas
vezes beneficiado por chuva e sol nas justas medidas. Vencem a intempérie
e produzem”.
(O Cruzeiro, edição de 20.09.72).
“Festa do feijão, dia 24v, em Santana do Ipanema, é
o principal acontecimento turístico de setembro em Alagoas”.
(Última Hora, São Paulo, edição de 29.09.72).
“Centenas de trabalhadores rurais aposentados, conduzindo faixas
de agradecimento ao Presidente Médici, constituíram-se
numa das atrações da II Festa do Feijão realizada
na cidade de Santana do Ipanema, em Alagoas...”
(Estado de São Paulo, edição de 27.09.72).
“O feijão alagoano tem 76 por cento de sua produção
exportada para outros Estados do Brasil, principalmente São Paulo,
e é, em Alagoas, um fator de bem estar social, já que
lidera o maior contingente de mão-de-obra ativa no seu cultivo.
Isso significa 78,5 por cento da força de trabalho do Estado.
Dentro dessa perspectiva, 15 municípios, representados por suas
candidatas à Rainha do Feijão, 200 trabalhadores e 100
vaqueiros tipicamente trajados desfilaram no município de Santana
do Ipanema, abrindo a II Festa do Feijão”.
(Diário Popular, São Paulo, edição de 21.09.72).
“As festividades estão incluídas no Calendário
Turístico de Alagoas...”
(Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, edição de 24.09.72).
“Santana do Ipanema com sua posição liderança,
numa extensão regional que abrange cerca de 15 municípios,
é o ponto de referencia desta zona produtora de feijão”.
(Luta Democrática, Rio de Janeiro, edição de 24.09.72).
“A Festa do Feijão conta com o apoio governamental e é
a atração deste mês em Alagoas”.
(Jornal de Alagoas, edição de 20.10.72).
“... os promotores da Festa do Feijão, há pouco
realizada, exultaram de alegria por já conhecerem resultados
positivos despertados pela importância econômica e social
do conclave, que contou com apoio do Governo do Estado e participação
de 15 municípios circunvizinhos, produtores de feijão.
Os ilustres visitantes – homens de governo, empresários,
jornalistas do sul do país, etc. – puderam observar, de
perto, a importância da cultura do feijão principal suporte
econômico da região sertaneja e fonte de renda bem representativa
para os cofres do Estado de alagoas”.
No dia 09 de Maio de 1977 é inaugurada a Comercial H. dos Anjos
Ltda. Uma empresa do grupo Humberto dos Anjos, advinda de Olho d’Água
das Flores. Tempos depois passa a chamar-se Supermercado Ouro Branco.
E exerce papel fundamental na economia e desenvolvimento do município.
Muitos são os que têm a sua subsistência garantida
por conta de um emprego naquela empresa.
Outra empresa abre suas portas em 1977, mais precisamente no dia 25
de Junho. É a Casa dos Parafusos de propriedade de uma das figuras
mais simpáticas da cidade, o Sr. Lourival Cavalcante dos Santos
– Lourinho como é mais conhecido.
Enquanto foliões se divertiam nos salões do Tênis
Clube Santanense vivendo a tão famosa previa carnavalesca, nesse
mesmo instante, para ser mais exato na noite do dia 28 de Janeiro de
1978, algozes tramam e realizam o assassinato de um dos maiores lideres
do sertão Alagoano, o ex-deputado e ex-prefeito por três
mandatos, Adeildo Nepomuceno Marques. A barbárie foi cometida
na sua residência na fazenda Coqueiro. Foi morto a tiros e facadas.
Por determinação do então prefeito Genival Tenório,
naquele ano não houve a tão tradicional festa carnavalesca.
Ainda no ano de 1978 é inaugurado o mercado de Carne e Cereais,
mais conhecido como Mercado da Farinha. Na gestão do prefeito
Genival Vanderlei Tenório.
No dia 1º de Abril de 1982 a coberta da Igreja Matriz de Senhora
Santana desaba. No mesmo ano tem inicio a sua reconstrução
- não houve uma única vitima.
Os trabalhos tiveram no padre Luis Cirilo o grande incentivador da obra,
contando ainda com Dr. Marcos Paes, Antonio Azevedo, Domício
Silva, Dr. Jório Vanderlei, João Agostinho, Jugurta Nepomuceno,
Bartolomeu Barros, Dr. Adelson Isac, Mário Dias, Paulo Ferreira,
Isnaldo Bulhões, Genival Tenório e muitas outras pessoas,
que trabalharam direta ou indiretamente na reconstrução
da Matriz.
A Agência do Banco do Nordeste do Brasil – BNB é
instalada no dia 23 de julho de 1983, trazendo mais esperança
ao homem do campo e a sociedade como um todo.
Em Janeiro de 2004 Santana acordou com uma das maiores enchentes do
Rio Ipanema. Deixando 169 casas atingidas e um n° de mais de 800
desabrigados que se alojaram nas escolas Laura Chagas e Mileno Ferreira.
Toda a população santanense mostrou sua solidariedade
aos desabrigados. Não medindo esforços para ajudar a quem
precisava naquele momento.
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