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A Escritura | ||
No dia 19 de Março do ano de 2005 completaram-se 234 anos que se lavrou minuciosa escritura de venda de terras, nos arredores da atual cidade alagoana de Santana do Ipanema. Trata-se de um documento de venda da Fazenda Picada, de propriedade do Sr. João Carlos de Mello e sua esposa D. Maria de Lima ao Sr. Martinho Vieira Rêgo. A referida escritura data que de 19 de Março de 1771 é o documento mais antigo que consta sobre nossa cidade. Dos documentos encontrados é o que mais desperta curiosidade, haja vista os nomes nele contidos discrepar com os de outras pesquisas já realizadas. Deve-se levar em consideração também, a data em que foi realizada a venda, pois, segundo relatos contidos na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Martinho Vieira Rego chegou aqui por volta de 1815. Floro de Araújo Melo e Darci de Araújo Melo em seu livro Santana do Ipanema Conta sua História; Ed. Estab. Gráficos Borsoi S.A. Industria e Comércio – Rio de Janeiro, 1976. Escreveram: “... os senhores Pedro Agra, Frederico Rocha e outros que sempre viveram nesta cidade afirmam que Martinho Rodrigues Gaia e Martinho Vieira Rego eram irmãos...” “... não resta a menor duvida de que, a partir de 19 de março de 1771, essa região da Ribeira do Panema passara a pertencer ao Sr. Martinho Vieira Rego, que pode ser considerado o continuador da obra do Sr. João Carlos de Melo, como se deduz, pelo Sr. Martinho Rodrigues Gaia, a partir de 1787”. No que diz respeito ao emprego do nome Martins ao invés de Martinho, podemos levantar dois pontos: 1º – Por se tratar de uma localidade onde o catolicismo era a religião dominante e as pessoas ainda tinham aquele temor exacerbado à igreja, fosse mais fácil, a comunidade não quer fazer alusão ao nome de Martinho Lutero. O líder da reforma protestante. 2º – Talvez pela falta de informação das pessoas ou ainda a falta de uma leitura realmente voltada ao estudo da historicidade do município pelas autoridades e da população como um todo. Ao realizarmos a pesquisa, encontramos no histórico de Poço das Trincheiras o seguinte trecho: Na época da ocupação holandesa no Brasil, chegou a Penedo um fidalgo da corte que havia sido deportado. Ele morou muitos anos com uma filha até o dia que ela se casou e foi viver perto do Rio Ipanema. O sobrenome Wanderley, da filha do fidalgo, constituiu a família que nos dias de hoje ainda tem influência na região. Alguns anos depois do casamento, foi morar na localidade João Carlos de Melo que, unindo-se aos Wanderley, teve destacada atuação no desenvolvimento do povoado. Uma única duvida paira no ar... Quem foi João Carlos de Mello, sua esposa Maria de Lima e o filho Ignácio citados na referida escritura? De onde vieram? E por que não há nenhum registro na cidade sobre eles, já que são os vendedores da Fazenda? Parece-nos que o Sr. João Carlos de Mello fora um sesmeiro. |
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