Blogs: Um casal inesquecível

Literatura

Por João Neto Félix Mendes - www.apensocomgrifo.com

Na cidade onde cresci, havia um casal que sempre será lembrado com carinho e admiração. Seu Esperidião e Dona Ritinha eram figuras ímpares, cujas vidas tocaram muitos corações, incluindo o meu. Moravam na rua Benedito Melo, próximo ao bairro São Pedro.

Seu Esperidião, apesar de sua deficiência visual, era um homem de espírito independente e carinhoso. Sempre de óculos escuros, vestia-se com elegância: calças de linho e camisas de mangas longas. Seus cabelos brancos eram bem cuidados e regularmente aparados. Nos fins de tarde, sentava-se à porta sentindo o burburinho das pessoas pra lá e prá cá e a brisa leve do vento macio.

Ele tinha uma habilidade impressionante de cuidar dos seus gatos persas mestiços. Sempre que passava pela casa deles, era impossível não notar os gatos de pelagem incomum e olhos penetrantes que o seguiam como sombras fiéis. A maneira como ele se movia pela casa, com passos seguros e gestos precisos, mostrava a profunda conexão que tinha com seus pequenos amigos felinos. Seu Esperidião conseguia identificar cada um dos gatos pelo simples toque e som de seus miados.

Ao lado dele estava Dona Ritinha, uma mulher de coração generoso e mãos habilidosas. Prática de serviços de enfermagem e primeiros socorros, ela era conhecida por toda a vizinhança como um anjo disfarçado. Não havia quem procurasse sua ajuda e saísse de mãos vazias. Dona Ritinha estava sempre pronta para oferecer um ombro amigo, um conselho sábio ou um cuidado minucioso. Seu sorriso acolhedor e olhar atento fazia com que todos se sentissem especiais e amparados. Usualmente vestida de branco, blusa e saia, com os cabelos brancos lisos, mantendo o tradicional corte chanel.

Clique Aqui e leia a crônica completa

Comentários