A Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) lançou nesta segunda-feira (3), no restaurante Casa de Mainha, em Jaraguá, o livro “A Imprensa Alagoana no Ocaso do Império”, de autoria do professor e historiador Douglas Apratto Tenório. A obra reúne um apanhado de notícias de mais de 100 jornais e revistas que circularam em Alagoas entre 1878 e 1889 – os últimos 12 anos que antecederam a queda do regime imperial e o nascimento da República Brasileira.
Resultado da dissertação de mestrado do autor na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), “A Imprensa Alagoana no Ocaso do Império” teve seus originais perdidos por meio século – resultado de mudanças de endereço feitas por Douglas Apratto. Foi encontrado pelo professor e economista Cícero Péricles, entre outros originais que haviam ido parar no arquivo da Catavento, editora da jornalista e escritora Simone Cavalcante, mulher de Péricles.
O economista conta que quando ligou para Douglas Apratto para comunicar o achado, encontrou do outro lado da linha um autor estupefato, diante de algo que já julgava perdido. “Então decidimos levar os originais para o Joaldo [Cavalcante, secretário de Estado da Comunicação], que não pestanejou em editar a obra”, lembra Cícero, um dos presentes no lançamento.
A própria pesquisa que resultou no trabalho de mestrado foi achada por acaso, quando Douglas Apratto foi fazer um trabalho no Arquivo Público de Pernambuco. Na ocasião, encontrou um baú com centenas de jornais alagoanos datados dos últimos doze anos do Império. “Me surpreendi com a grande quantidade de jornais: jornais católicos, feministas, conservadores, ateus, eram cerca de quinhentas publicações com as mais variadas tendências e credos”, relembra o autor.
“O conteúdo do livro só reforça uma conceituação que o nosso querido e saudoso [jornalista alagoano] José Marques de Mello fez sobre o nosso Douglas, que como tantos outros aqui presentes, se afastaram um pouco do academicismo e se aproximaram da sociedade”, acrescenta o secretário de Estado da Comunicação, Joaldo Cavalcante.
Joaldo lembrou também que o lançamento do livro marca um momento duplamente importante para a história da comunicação nacional: o surgimento, no dia 1º de junho de 1808, do Correio Braziliense, e o lançamento do Iris Alagoense, cujo primeiro exemplar nasceu numa tipografia da Bahia.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Alexandre Lino, ressaltou que o evento marca o Dia da Imprensa – comemorado no dia 1º de junho – e serve para que a sociedade perceba o papel social do jornalismo. “A imprensa oferece ao cidadão a oportunidade de tomar decisões. E esse é o nosso trabalho, um trabalho que tem que ser defendido em toda a sociedade, porque somos nós, profissionais da imprensa, os guardiões da democracia, da cidadania e dos direitos”, lembrou.
“O historiador Douglas Apratto traz uma grande contribuição ao estudo da história da imprensa alagoana, abrindo um baú de jornais e seus escritos que retratam uma sociedade em transição”, destaca a superintendente de Comunicação da Secom, Fátima Almeida, que coordenou a edição de “A Imprensa Alagoana no Ocaso do Império”.
Estiveram presentes ao lançamento desta segunda-feira, o ex-secretário de Estado da Comunicação, Ênio Lins, o deputado federal Paulão e o deputado estadual Silvio Camelo, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes, o desembargador José Malta Marques, além de jornalistas, historiadores e professores universitários.
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