Sepultado no Cemitério Santa Sofia o corpo do escritor santanense José de Melo Carvalho

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Por José Malta Fontes Neto - Jornalista MTE/AL 1740

Foi sepultado no fim da tarde desta segunda-feira (15), o corpo do escritor santanense José de Melo Carvalho que morreu na noite do último domingo (14) na Santa Casa de Maceió.

O corpo de Carvalho foi velado a partir das 11h desta segunda-feira, no memorial OSACRE em Santana do Ipanema, de onde saiu para sepultamento no Cemitério Santa Sofia.



Momentos antes do sepultamento aconteceu um ato religioso dirigido pelo Pe. Edmo e homenagens dos filhos, irmãos e amigos. O presidente da Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes – ASLCA, jornalista e escritor José Malta Fontes Neto também prestou homenagens.

Após as homenagens o corpo seguiu em cortejo fúnebre para o sepultamento.



JOSÉ DE MELO CARVALHO

Nasceu no sítio Serra Gravatá, encravado no Cedro do Gugy, município de Santana do Ipanema, Alagoas, no dia 01/10/48, filho de Manoel Rodrigues Carvalho e Maria Lila Carvalho, como os demais nove irmãos. Em janeiro de 1956, com sete anos e poucos meses de idade, passou a morar na Rua Nova, hoje Benedito Melo, juntamente com os irmãos Mileno, Aderval, Ademir e as irmãs Terezinha, Ivone e Maria das Graças.

Anteriormente, os ouros irmãos Djalma, Jarbas e Gileno já tinham ido estudar na cidade e residiam com minha avó, Dona Bilia, na Rua Cel. Lucena.

A primeira escola profissional: a bodega do seu tio Manoel Constantino no comércio, no centro da cidade, onde começou a trabalhar aos dez anos para não ficar em casa pedindo coisas que a mãe não tinha.

Por ali estagiaram outros irmãos. Como primeira missão, foi encarregado de fiscalizar a entrada e saída de bancas de feiras que eram acomodadas num compartimento nos fundos do estabelecimento. Orientação do patrão: “Os carregadores entram e saem somente com as bancas. Nada mais. Cuidado!” Não precisava dizer mais nada porque já entendia o que ele queria dizer.

Em pouco tempo foi promovido. Despachava no balcão, fazia limpeza do recinto, comprava mercadoria, cuidava de recados e do abastecimento d’água para o consumo do pessoal da bodega (uma quartinha que vinha da casa de sua avó Bilia). Como o irmão Gileno iniciou a profissão de comerciante, passou a ajudá-lo, deixando o centro de aprendizado.

Conciliando sempre dois pilares da sabedoria – o trabalho e o estudo –, passou de criança a adulto. Estudou o ABC e a cartilha no Grupo Escolar Padre Francisco Correia, sendo a sua primeira professora D. Marinita Noya; do primeiro ano ao exame de admissão ao ginásio, na Escola Imaculada Conceição, de Dona Helena Chagas; o curso ginasial, no Ginásio Santana, o Curso Técnico em Contabilidade, na Escola Técnica de Comércio Santo Tomaz de Aquino, e o primeiro e o segundo ano científico, no Colégio Estadual Deraldo Campos, todos em Santana do Ipanema.

Quando cursava o segundo ano na Escola Técnica, em 1967, foi aprovado no concurso de escriturário do Produban, antigo Banco da Produção do Estado de Alagoas, hoje falido, onde ingressou com pouco mais de dezoito anos. Trabalhou por quase doze anos no Produban, sendo três deles na agência centro de Maceió. Foi gerente da agência de Santana do Ipanema por quase cinco anos, pedindo demissão para assumir o posto de auxiliar de escrita no Banco do Brasil, na mesma cidade, após aprovado em concurso público, tendo sido comissionado em várias funções, entre elas a de Gerente Adjunto de Petrolândia, Pernambuco, e gerente-geral das agências de Cabrobó, também Pernambuco, Pão de Açúcar, Batalha, Teotônio Vilela e Junqueiro, em Alagoas. Foi nesta última que se aposentou em janeiro de 2001, como gerente-geral, depois de vinte e dois anos e seis meses de efetivo exercício no Banco do Brasil.

Não chegou a vestir o pijama tão sonhado do trabalhador depois de incansáveis anos de labuta, em virtude de passar a prestar serviço por mais quatro anos à Prefeitura Municipal de Santana, atendendo a convite da nova administração – Marcos Davi, para exercer o posto de chefe de gabinete da Secretaria de Administração, depois, Diretor de Tributos e Secretário de Administração.

Como trabalho social, é maçom desde 1972 e Leão forâneo desde 1997. Foi presidente do Rotary Clube de Santana, presidente do Lyons de Petrolândia, Pernambuco, e, de 1983 a 1986, professor de Organização e Política Social do Colégio de Olivença.

Cidadão honorário da cidade de Pão de Açúcar, desde 21 de outubro de 1993.
Como funcionário do Produban, participou de cinco cursos, entre eles o de Auditoria Interna, de 11/12/78 a 23/03/79.

Como funcionário do BB, entre cursos e seminários, participou de cinquenta e três, destacando-se Economia Aplicada, Noções de Direito, Microinformática, Relações Jurídicas Gerenciais, Gerência de Marketing, Gestão de Negócios Internacionais, Palestrantes e Apresentadores, Matemática Financeira, Mercados de Capitais, Avaliação de Rentabilidade dos Negócios, Fundamentos de Administração e Relações Humanas.

Na Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema, participou de oito cursos, sendo destaque para quatro na área de Defesa Civil promovidos pela Secretaria Nacional, Treinamento Avançado para Líderes Empresariais, pela Casa da Palavra em Maceió, e Lei de Responsabilidade Fiscal e Licitação.
Depois de tantas batalhas, finalmente ganhou a grande guerra. Cumpri o seu dever.

Autor do livro MENINOS DANADOS, LEVADOS (Q-Grafica, 2011). Associado efetivo da Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes – ASLCA, ocupava a cadeira nº 17, cujo patrono é o Cônego José Bulhões.

Como disse, agora vestiu o famoso pijama acima citado. O tempo passou, mas a vida continua. Glória a Deus nas alturas.

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