Contemplar Deus pelas câmeras de um celular

Literatura

Por Pe. Adauto Alves Vieira

Mais uma vez as câmeras de um celular responsabilizaram-se de capturar para o nosso deleite visual, outro deslumbrante “show” da natureza.

A criação é-nos apresentada em toda a sua exuberância como sendo “o primeiro momento em que Deus sai de Si mesmo para doar-Se. Ela se torna o início da autocomunicação de Deus em Cristo; nela Deus fala”. A criação existe tendo em vista a salvação, pois o primeiro ato salvífico de Deus é a criação.

Ao contemplar o que as fotos acima exibem, vemo-lo com razão o que nos diz o Salmo oitavo, que a exemplo dos dedos de artistas, o Altíssimo “desdobrou no firmamento sua glória com grandeza, esplendor, majestade”. Destarte, percebemos na criação os rastros do Criador. Vemos que tão grande tela açambarca todo o universo, algo que mão humana não poderá fazê-lo.

Ao fundo desta e de outras fotos, constatamos o arco-íris. Trata-se de um fenômeno natural que todos podemos enxergar, logo após a passagem da chuva, quando surge o sol. Os antigos orientais acreditavam que, quando Deus ficava irado com os homens, Ele empunhava seu imenso arco, o arco-íris, para alvejá-los sem piedade com suas flechas penetrantes. Quando os seus ânimos eram amainados, Ele guardava o Seu arco e daí voltava a paz e a tranquilidade sobre a terra. “O arco-íris é o sinal de uma aliança anterior àquela feita por Deus com os israelitas e terá como sinal a circuncisão”. Indica uma aliança universal que abraça todos os homens, tanto quantos as criaturas todas.

A Bíblia serve-se da tão bela imagem do arco-íris para significar a tão sonhada paz entre o céu e a terra, o amplexo entre Deus e todo o Universo.

Estamos na Páscoa, verdadeiro tempo de reconciliação e de paz entre Deus e nós. Eis o tempo em que o arco-íris não passa apenas de simples riscos coloridos, tingidos pelo pincel do Criador, que muito bem ornamentam o nosso firmamento e adornam sem igual o horizonte de nossas vidas, fazendo destas uma verdadeira obra poética. “Em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo”. Deste modo, na verdade, Cristo é a nossa Paz. Consequentemente, a Páscoa é um convite à alegria. Ela nos mostra que jamais a maldade humana conseguirá destruir o amor de Deus por nós. Que nada possa nos separar do amor de Cristo!

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