medo age como se não houvesse culpados" - para Mariana Melo
O medo atua por diversas vias. Duas dessas são bem perceptíveis, quais sejam: 1) como consequência brutal do exercício do poder e 2) como mecanismo de defesa por valorização da vida.
No primeiro caso, o medo é imposto de fora para dentro, se assim puder ser dito, como efeito de um exercício de poder arbitrário, autoritário, totalitário e/ou tirânico. O poder, neste âmbito explicativo, para ser legitimado precisa da imposição do medo nos (as) cidadãos(ãs). Tal imposição do medo dá-se de duas formas: a direta (através do exercício de poder diretamente sobre quem se quer impor medo como forma de controle social repressivo) e a indireta (sobre outras pessoas que tenham, de algum modo, uma relação direta com o(s) alvo(s)). Sob esta perspectiva, o medo segue geralmente à certa forma de intimidação. Quando, por exemplo, em um Estado democrático de direitos, os(as) cidadãos(ãs) passam a ter medo do presente e até mesmo do futuro, devido a atos estatais, estamos, de algum modo, a ver o exercício de poder engendrar um tipo de medo repressor. Como isto, possivelmente, ocorre? Através de práticas, atos e discursos que, de alguma maneira, parecem atacar e/ou atacam garantias fundamentais e direitos individuais, quando, também, de algum modo, minorias passam a ser, à socapa, atacadas, isto é, passam cada vez mais a ser vulneráveis devido a medidas administrativas, legislativas e judiciárias. Cria-se, coletivamente ou em determinados setores, por certos momentos ou in totum, um medo que também poderíamos denominá-lo social ou estatal, a depender da posição assumida quanto à reflexão.
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Colunistas: "O medo age como se não houvesse culpados"
CulturaPor redação com Adriano Nunes 25/01/2019 - 22h 36min Arquivo Pessoal

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