O dramaturgo, escritor, poeta, cineasta, músico, jornalista, advogado e ativista cultural, Pedro Onofre, faleceu nessa quarta-feira (4), aos 82 anos, em Maceió. O sepultamento está marcado para esta quinta-feira (5), às 16h, na capela um, do Cemitério Campo Santo Parque das Flores.
Natural de Maceió, nascido em 27 de junho de 1936, filho de Otávio Onofre de Araújo e Maria Augusta de Araújo, Pedro Onofre era advogado filiado à OAB - Seccional de Alagoas, com Inscrição de número 3151, membro da Associação Alagoana de Imprensa, desde 1956, foi o primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som de Alagoas, atuou como coordenador de Projetos Culturais da Secult-AL, Presidente da Fundação Teatro Deodoro e integrou o Conselho Municipal do Meio Ambiente.
Ele fundou a Academia Maceioense de Letras, em 1955, a Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, em Recife, o Teatro Cultura do Nordeste, em 1959, e a Academia Alagoana de Cultura.
Recebeu as Comendas Jorge de Lima, do Governo do Estado de Alagoas, Graciliano Ramos, da Câmara de Vereadores de Maceió, Esperidião Rodrigues, em Arapiraca e Cypriano Jucá, da Academia Maceioense de Letras, além de Relevantes Serviços Prestados ao Estado de Alagoas, Governo José Tavares, Ato Oficial nº. 777 de 13 de março 1987. Imortal da Academia Alagoana de Letras, Pedro Onofre recebeu o título Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal de Alagoas.
Pedro Onofre esteve, no ano passado, na abertura no III Salão Nacional de Arte Contemporânea de Alagoas, no Complexo Cultural Teatro Deodoro, onde recebeu do curador, Fredy Correia, o Prêmio Fernando Lopes de Artes, por toda sua contribuição na área cultural e artística do estado.
Considerado grande mestre do teatro alagoano, ele era digno de muito respeito, admiração e carinho pelos que conhecem sua história. Em sua página no facebook, amigos deixaram mensagens lamentando a morte e demonstrando afeto.
Na série de vídeo Deodoro das Artes, gravada em 2016 e exibida pela Diteal, Pedro Onofre falou com muito amor sobre sua relação com o Teatro Deodoro, com as artes cênicas e seus projetos. O vídeo pode ser conferido pelo link http://www.diteal.al.gov.br/deodoro-das-artes-15-pedro-onofre/.
“A primeira vez que pisei no palco do Teatro Deodoro foi em julho de 1955. Na época, eu criava o teatro do estudante secundário da Uesa, dirigi pela primeira vez um espetáculo, que foi de Renato Vianna, O Divino Perfume. Em seguida, Linda Mascarenhas me convidou para integrar o seu grupo e, nele, eu participei de três grandes espetáculos, que foi O Idiota, baseado na obra de Dostoiévski, Noé, com a qual ela participou do Festival Nacional de Teatro, de Delcídia de Moraes, e uma peça dirigida por Graça Melo, Mulheres Feias, que se constituiu um grande sucesso de Linda Mascarenhas naquela época”, contou Pedro Onofre.
“O Teatro Deodoro é muito importante, ele marcou minha vida, muito do que eu fiz, do que realizei, em matéria de teatro, teve a sua inspiração nesse casarão. Há um caso de amor que se estende além da vida. Eu não existiria como ator de teatro se não fosse o Teatro Deodoro. Ele é a grande razão, o elemento decisivo no meu destino como ator, diretor, dramaturgo, enfim”, revelou, Pedro Onofre, na gravação.
“Lamentamos a perda do grande e querido Pedro Onofre. Sua contribuição com a nossa arte e a nossa cultura é eterna. Nós agradecemos por toda dedicação e amor ao teatro e deixamos os nossos pêsames à família”, afirmou a diretora presidente da Diteal, Sheila Maluf.
“Todo nosso afeto, respeito e admiração pela trajetória, talento e comprometimento com o fazer artístico em Alagoas. Que o Pedro Onofre siga em paz. Deixo o nosso abraço, mais especial e apertado para Dona Cléa, Sérgio Onofre e toda família”, complementou o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.
Nota de pesar
A Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas, Diteal, lamenta profundamente o falecimento do dramaturgo, escritor, poeta, cineasta, músico, jornalista, advogado e ativista cultural, Pedro Onofre.Grande ícone da arte e da cultura alagoana, Pedro Onofre já ocupou do cargo de presidente da Fundação Teatro Deodoro, dentre outras funções importantes que exerceu ao longo de sua trajetória.
Alagoas perde um grande mestre, porém, sua memória e contribuição com o nosso estado ficam eternizadas em nossa história, mentes e corações. A Diteal agradece pelo legado deixado, ao mesmo tempo em que deixa registradas condolências à família e amigos de Pedro Onofre.
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