Eu toquei na Banda do Ginásio

Ontem eu não conseguia dormir ansioso com a minha/nossa estreia. Será que vai dar certo. Como será que o pessoal vai reagir quando passarmos por suas casas? Tantos preparos, treinos, ensaios, ...
A noite demora a passar, cochilo e acordo, cochilo a acordo, olho para a hora e ela passa lentamente.

Pronto, 4:30, hora de levantar sem fazer barulho para não acordar ninguém em casa. A água que lava meu rosto está gelada, mas é ela que vai me espertar para minha missão. Calça branca ou preta, dependendo do ano, camisa vestida, sapato preto nos pés e saio com destino ao velho casarão.
Ainda é noite, o céu está estrelado, nas ruas somente os companheiros que para lá também se dirigem.

Ao chegar na esquina da praça avisto a porta de entrada do casarão aberta com suas luzes acesas, meus batimentos cardíacos aumentam proporcionalmente à minha ansiedade.

Ao entrar encontro os outros, que comigo, irão executar a missão. É servido um lanche, uma espécie de desjejum, Pão com salame ou queijo com um copo de achocolatado. Logo em instantes é dado o comando. Precisamos pegar os nossos instrumentos de trabalho para que possamos executar nossa missão do amanhecer.

Nos enfileiramos em frente ao casarão e nosso maestro, juntamente com o professor José Pinto, nos passa os detalhes da nossa missão. É chegada a hora da tão sonhada ALVORADA.

Intróito feito e começamos a percorrer as ruas de nossa cidade, galhardamente acordando os moradores de nossa querida Santana do Ipanema, fazendo despertar nesse raiar do dia o mais nobre sentimento de Civismo e Amor a Pátria.

Era uma festa que começava, ao invés de terminar, com o amanhecer. Era o ponta pé inicial das comemorações da semana da Pátria em nossa cidade.

As Famílias abriam suas janelas, saiam às calçadas para ver com alegria um dos maiores orgulhos que a nossa Santana já produziu, a BANDA FANFARRA MAESTRO MIGUEL BULHOES DO GINÁSIO SANTANA.

Banda Fanfarra Maestro Miguel Bulhões na Alvorada Cívica de 01 de setembro de 2003 - Homenageado Prof. José Pinto

E eu, Professor Rossone, assim como tantos outros abnegados, poderemos relatar para as futuras gerações que, orgulhosamente fizemos parte deste sonho tão bem vivido.

EU TOQUEI NA BANDA DO GINÁSIO.

Hoje, Infelizmente, não tive o prazer desse despertar, e então apenas sonho.