Literatura: Procissão dos Carreiros inicia Festejos à Padroeira dos Santanenses

Cultura

Por João Neto Félix Mendes

(*) Artigo publicado no jornal CAMPUS O DIA - Periódico da UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - coluna do Prof. Sávio Almeida - Edição de 15 a 22 de julho de 2017

Todos os anos a procissão de carros de bois dos agricultores sertanejos de Santana do Ipanema, faz a abertura oficial dos festejos da padroeira Senhora Santana. A religiosidade é representada pelos instrumentos de trabalho, família e fé. ?Procissão? provém do latim ?procedere?, que significa seguir em frente, marchar. É grupo organizado de pessoas caminhando de maneira formal. Marcha solene pelas ruas da cidade, carregando imagens, entoando cânticos e orações. Esse ritual, segundo a crença, torna as pessoas e os lugares abençoados. Como rebanho que segue seu pastor e nele confia seu destino, assim o povo de Deus caminha lado a lado, dividindo as dificuldades do existir, mas certos de que a Graça Divina basta e mais nada. Esse gesto simbólico secular presente no inconsciente coletivo revela que somente a convivência solidária e participativa entre os irmãos, seguindo o itinerário de fé, conduz ao encontro de si mesmo, dos irmãos e de Deus, por intercessão de Senhora Santana, Excelsa Padroeira dos Santanenses.

Segundo estudos consagrados por diversos pesquisadores santanenses, o povoamento da cidade está essencialmente relacionado à atividade missionária católica desde o final do século XVIII. O povoado nasceu em torno de uma Capela à Senhora Santana que o Padre Francisco Correia construiu na fazenda do sertanista Martinho Rodrigues Gaia. A Festa religiosa acontece no mês de julho, no período de 16 a 26.07, sendo feriado municipal no dia 26.07, dia da padroeira e dia do avô. Afinal, São Joaquim e Santa Ana são os pais de Maria, portanto, avós de Jesus. O nome primitivo da cidade foi Santa Ana da Ribeira de Ipanema, depois se adotando a forma simplificada Sant?Ana do Ipanema.

O uso ancestral de carro de bois pelos sertanejos é uma tradição da época do Brasil Colônia. O rudimentar veículo ainda hoje é utilizado para transporte da produção, para o deslocamento na zona rural e também para ir à feira na cidade vender ou comprar alguma coisa. Na época de plantio de milho e feijão, os bois são utilizados para puxar o arado de tração animal e arar a terra. Segundo o historiador Santanense Profº Clerisvaldo Chagas, autor de diversos trabalhos sobre o tema, ?o arcaico meio de transporte, a despeito do modernismo dos tempos atuais, continua em voga, prestando relevantes serviços ao homem do campo. Em Santana do Ipanema, o veículo foi e continua amplamente utilizado, destacando o Município como ?Terra dos Carros de Bois? em tempos passados.

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