Ao longo da história temos ouvido falar acerca de diversos relatos de perseguições religiosas. Quem nunca ouviu através dos livros de história sobre a Inquisição promovida pela Igreja Católica na Idade Média ou das Cruzadas, ou ainda dos massacres ocorridos na França na Noite de São Bartolomeu, em que Católicos e protestantes se enfrentaram em sangrentos combates, tendo como resultado uma das maiores carnificinas daquela época.
Estes foram momentos históricos de intolerância religiosa de 500 e 1000 anos atrás. Perguntamo-nos por que ocorreram tais coisas? Analisando o significado de intolerância religiosa podemos ter parte da resposta, dada a complexidade do tema, uma vez que se trata de um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas, entendido legalmente como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana.
Hoje ao lermos sobre esses fatos e em virtude de vivermos em uma democracia, talvez sejamos tentados a pensar que a intolerância religiosa é uma coisa do passado. Quão enganados estamos! Ela é mais atual e comum do que imaginamos.
Com o aumento da diversidade religiosa no Brasil, cresce as animosidades entre crenças gerando pouco respeito a essa diversidade.
Visando coibir essas atitudes discriminatórias, em 2007 foi sancionada, pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, a Lei nº 11.635 que faz do 21 de janeiro o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data homenageia a Mãe de Santo baiana Gildásia dos Santos e Santos, que faleceu vítima de infarto, após ver sua imagem usada de forma indevida no jornal evangélico ?Folha Universal?, edição 39, sob o título ?Macumbeiros Charlatães lesam o bolso e a vida dos clientes?.
Esse tipo de discriminação, sofrido pela mãe de Santo, vem crescendo no Brasil. Veja por exemplo que a quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo ?Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete vezes em 2012 em relação a 2011, um aumento de 626%?, principalmente contra membros de cultos afro no Brasil. As denúncias referem-se geralmente à vandalização de ícones católicos e do candomblé. Também não passa despercebida a rejeição praticada contra aqueles que decidiram não exercer fé em uma divindade.
Mas há casos desconhecidos de crimes de intolerância religiosa, pouco noticiados na mídia. Esses crimes acabam se tornando invisíveis para a maioria da população brasileira e merecem destaque pela frequência. A exemplo do que vem ocorrendo com os membros da Igreja Testemunhas de Jeová quando estes resolvem sair de suas igrejas, não tem o direito de ser cumprimentado com um simples ?oi? pelos seus amigos de fé. Famílias estão sendo destruídas, amigos estão sendo separados, pessoas estão em pânico e há até relatos de depressão e suicídios. Reverter esse quadro é preciso! Neste contexto estar consciente é importante e mais importante do que estar consciente é sermos sensíveis para amparar as vítimas dessa opressão tão antiga, quanto atual.
Sensível a esta insana realidade a ABRAVIPRE ? Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso nascida no Ceará sob a égide de que ?Nenhuma Crença está acima da Lei?, busca tornar-se referência nacional por seu pioneirismo no Brasil em tratar da delicada temática da discriminação religiosa.
Por isso vem com a proposta de ?divulgar, tornar público e denunciar às autoridades de forma pacífica e em legalidade, fatos desconhecidos sobre os excessos e as barbáries físicas, morais ou diversas, cometidos contra cidadãos no meio religioso, além de apoiar as pessoas discriminadas, que têm impedidas sua liberdade de crença, ajudando-as a procurar os seus direitos junto a legalidade vigente no Brasil?, uma vez que já foram vítimas desse preconceito e desejam estender sua mão solidária ao publico em geral independente de raça, credo ou condição social.
Os que desejarem associar-se à entidade jurídica ABRAVIPRE, poderão entrar em contato diretamente com o presidente: sebastianramos7@gmail.com Telefone (85) 85886109 - 98274705 ou site www.abravipre.org. Se você é profissional de alguma área, informe-nos. Se desejar de forma voluntária colaborar conosco, entre em contato para que possamos estreitar relações. Toda ajuda é bem vinda.
Desejamos fazer do 21 de Janeiro ? dia nacional de combate à intolerância religiosa um movimento mais amplo, com todos os segmentos da sociedade. Além de cartazes colados em avenidas, áudio e panfletagem, faremos uma Tribuna Livre na Praça do Ferreira, a partir das 16:00h, ficando como exemplo de luta pela igualdade em nosso país.
Até onde chegaremos, ainda não sabemos, porém, temos a firme convicção de que estamos fazendo algo de bom pela nossa sociedade, pois muitos estão desesperados em grupos religiosos, vivendo uma vida de miséria social e escravidão mental. Como estes não possuem voz e coragem contra este opressor, queremos ser esta ?voz? e esta ?coragem? que falta para muitos outros aderirem à luta por seus direitos garantidos em lei contra a Intolerância religiosa em nosso país.
Intolerância Religiosa ? não aceite esta realidade criminosa
Geralpor Sebastião Ramos - ABRAVIPRE 20/01/2014 - 14h 30min ABRAVIPRE

Comentários