Um sonho em viver em liberdade, onde se exista segurança alimentar, moradia de longa duração, onde a convivência é pacifica e os direitos são garantidos. Os profissionais são solícitos e que cuidem daqueles que mais precisam que estão em situação de vulnerabilidade social.
Só de imaginar posso sorrir, imaginando que as pessoas em situação de rua estão abrigadas e em noites frias, estão em suas camas e lençóis quentinhos. Ainda ei de ver as pessoas em uso abusivo de álcool e drogas sendo inseridas em programas sociais, tendo o seu bolsa família garantido e até mesmo o BPC.
Eu sonho com uma cidade que tenha uma casa de acolhimento e que ampare aquelas pessoas que estão com os vínculos rompidos com as suas famílias e que não tem um norte, tão pouco para onde ir. Que elas possam ter no mínimo três refeições por dia, água tratada, roupas limpas e novos vínculos, que se sintam seres humanos e que não sejam tratadas e olhadas como se não existissem.
Em uma roda de conversa, me lembro que fiquei emocionada quando um usuário de álcool e outras drogas falou que ali no tratamento do CAPS ad de Santana do Ipanema, ele se sentia bem, porque era tratado como “gente”, as pessoas lhe davam “bom dia” e se importavam em parar para ouvi-lo. Vários são os relatos de pessoas como essas que partem o coração e que me impulsiona a lutar por justiça social, sem estigmas.
Eu ainda sonho com uma casa de acolhimento, onde as pessoas em situação de rua e usuárias de algum tipo de substância possa permanecer, e sair algum dia fortalecida no âmbito educacional, profissional e fortalecida como verdadeiro protagonista de sua vida.
Pessoas que são taxadas como “mazelas sociais”, ganhando visibilidade e potencialidade em seu território, se tornando cidadãos vistos, ouvidos e respeitados pela sociedade. Ainda tenho o desejo de ver, essa casa de acolhimento como grande instrumento de transformação de vidas.
As pessoas que lá morarem vão ter que ter responsabilidade, aprender hábitos de higiene, se responsabilizar pelo cuidado com o ambiente, compartilhar despesas para aqueles inseridos em algum programa social, fazer suas próprias compras de alimentos, ter rodas de conversas com profissionais que lá trabalhem, aprender a administrar e quem sabe empreender, ter conhecimento com cursos profissionalizantes e viver as suas vidas com dignidade e respeito.
Nívia Alves, 30/03/2025, Santana do Ipanema-AL.
AINDA EI DE VER, UMA CASA DE ACOLHIMENTO EM SANTANA
ReflexõesPor Nívia Alves 30/03/2025 - 20h 50min

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