OLHANDO DO SERROTE

Crônicas

Por Clerisvaldo B. Chagas

SERROTE DO GONÇALINHO, NO INVERNO DE 2013 (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

Entre os montes residuais que circundam Santana do Ipanema – mirantes naturais encantadores, da cidade - Poderemos relacionar em círculo da direita para a esquerda até fechar o círculo: serrote do Gonçalinho, morro da Goiabeira, serra Aguda, serra da Remetedeira, serrote do Pelado. Serrote, sertanejamente falando, serrote é uma pequena serra. Pois bem, o serrote do Gonçalinho, depois que ali colocaram uma imagem de Cristo, passou a ser denominado popularmente de serrote do Cristo. Quando o serrote do Cristo recebeu algumas torres de comunicação, ganhou outro nome, pelo povo de serrote das Micro-ondas. Já o morro da Goiabeira, quando recebeu um cruzeiro de madeira para marcar o início do Século XX, passou a ser denominado também popularmente de serrote do Cruzeiro.

Dos outros restantes, o nome só foi mudado do Serrote do Pelado, artificialmente, para Alto da Fé. Cada serra ou serrote tem sua história, mas vamos falar agora apenas do serrote Gonçalinho. É um monte residual, isto é, que resistiu aos desgastes das intempéries durante milhões de anos. A parte à barlavento é úmida, a parte de sota-vento, virada para o rio Ipanema, é seca. Do cimo se avista melhor os bairros maniçoba, Bebedouro, o açude do Bode e a serra da Camonga e, apenas uma parte do bairro São Pedro. Tem uma estátua do Cristo que ninguém sabe quem ali a colocou. Tem algumas antenas e por isso passou a ser chamado de serrote das Micro-ondas. No seu sopé, a barlavento, ultimamente formou-se um bairro denominado Santo Antônio, onde a pobreza impera.

Certo tempo houve uma seca grande na região e roubos de bodes. Muita fome! Mas os meninos de um morador do serrote eram todos gordinhos. Um soldado chamado Zé Contente, investigando o roubo de bodes, resolveu torturar e matar o pai dos meninos acusando-o de ladrão. Ao furar o seu bucho com punhal, só havia alastrado e mais nada. O fato foi editado em crônica pelo escritor Oscar Silva que viveu a época e deu o nome do escrito de “Bucho de Alastrado”. A cruz do morto ficou ao sopé do serrote que tinha o nome de sítio Cipó. Hoje essa crua foi engolida pelo avanço da cidade por aquela zona rural, rumo ao Curral do Meio I.

Estaremos lá dia 17, vamos!

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