Que terá sido feito
De Jardilina que chamavam Borboleta?
E de Dona Almerinda que chamavam Merindao?
Que fim levou Camilo
Que fim levou Regina que chamavam de Cambão?
Que fim levou Zé Doidinho
A mais linda Rainha
Do Carnaval do Sertão?
E a negra Concebida
O que foi o seu destino?
Será que foi igual
Ao de Sá Izabé brincao?
Fugiram todos para as auroras
Ou subiram todos a abrilhantar
Na Santana dos meus amores
O mais intenso luar que alumbra meu sertão?
Ah, como eu gostaria
-E peço até numa prece!-
De um dia em que eu pudesse
Somar-me a eles no céu
Numa ciranda cirandinha
E fôssemos todos cirandar!
Breno Accyoli nos aplaudiria
Ao som de um gargalhar
D. Audite nos ofertaria
Os sons do seu bandolim
D. Alzira tiraria
Alegres acordes do acordeon
E ao violino Seu Pancrácio
Animaria nossa seresta
E para melhor escutar
A nossa algaravia
O Ipanema em um dia
De cheia e ferocidade
O seu motor desligaria
E silente sorriria
O seu sorriso de pedras
Para nos ofertar
E assim iríamos nós
Entre anjos e arcanjos
Querubins e Serafins
Cantando a antiga cantiga
Que nunca teve um princípio
E que nunca mais terá fim!
MEUS HERÓIS, MINHAS HEROÍNAS
PoemasPoema de José Geraldo Marques 16/02/2025 - 19h 43min
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