Basta-me o tempo
Das borboletas azuis
Para alegrar meu caminho
Agora que ando sozinho
Numa carência de anil
Como andarilho solitário
Traço meu próprio itinerário
Neste março todo abril
Abro trilhas e clareiras
E suplico a noite inteira
Por um luar sertanejo
Que se derrame sem pejo
Por sobre o rio do sertão
Que menos rio, mais areia
Escorre por minha aldeia
Muito menos sim que não
Construo o próprio destino
A cada passo que ando
Na minha própria ilusão
A transmutar a miragem
Em repentina paisagem
Que espanta a solidão.
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