Santana sertão de um povo de fé.
Nas distantes festas de reis,
Vovô Dioclécio, vovó Amélia
Nas poltronas de palhinhas
Reviam todo esse universo:
Vovô as notícias de guerras
Vindas nas ondas do rádio,
E vovó admirava paisagens
Naqueles desenhos de vovô.
Na Rua Antônio Tavares
Reencontrava-os velhinhos,
Desenhados no serrote,
Por onde despencava o dia
Na vegetação semiárida.
Havia um mundo de mistério
Nas orações da tarde.
À noite, vovô descia
Todas as escadarias,
Ganhava o caminho da igreja.
Acompanhavam vovô
o terço e a pregação.
Santana de luz. Bandeirinhas
Coloriam o Dia de Santos Reis.
Na matriz, padre Cirilo
Celebrava, relia o sagrado livro
Dizendo palavras pias.
Fiéis recebiam graças de Maria.
Vovô voltava aos braços de vovó.
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