Sinto em você um belo pássaro que um dia escolheu o Flamboyant, onde no galho mais vistoso construiu o seu ninho.
A primavera logo despontou embelezando aquela exuberante árvore, em sua projeção, com os filetes que se desprendiam formando um tapete encarnado, em resposta às suas flores rubras tecidas com a agulha do crochê, trabalhado pela natureza em toda a sua copa.
Aquele pássaro adormecia em seu ninho e despertava saudando o amanhecer com o seu belo canto. Mas, logo vieram os filhotes e netos que, rapidamente povoaram a alameda deixando para trás o velho Flamboyant.
Sensibilizada, a frondosa árvore, triste e saudosa, lentamente foi perdendo a sua folhagem e beleza, restando apenas, como conforto, o retrato dos galhos ressequidos, para nunca mais florir na primavera, nem receber aquele pássaro que tantas vezes teceu o seu canto e se embalou em seus galhos ao sopro do vento.
Remi Bastos,
Aracaju, 28/01/2023.
O FLAMBOYANT E O PÁSSARO CANTANTE
CrônicasPor Remi Bastos Silva 29/01/2023 - 15h 28min

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