Valsas anunciam Ano-Novo e voltam serestas ao sertão

Poesias

M. Ricardo-Almeida

Na cidade o casarão
feito tantas histórias
iluminadas pela lua

El Niño
aquece
La Niña
resfria

e se chove
inundação
sem chuva
a terra seca

as águas
oceanos
pinturas

um riso
enigma
na tela

MonaLisa deixa o quadro
caminha na rua de casas
R. José Ricardo Sobrinho

volta o sol agora é sábado
ao se levantar na serra
o povo ouve o que houve
na música do sábado feira
Valsa nas serestas
valsas santanenses
alegram-se as casas
e as paredes se alegram
as pedras irregulares
calçamentam a história
na memória da cidade
as imagens em revista
a festa a vida a história

volta o sol
é outro dia
iluminado
o ser tão

e a cidade
se prepara
e em breve
celebração

outra festa
Ano-Novo
é gratidão

novo plantio
boa colheita
viva o sertão

viva a cidade de Santana
viva a história e o povo
e viva a Festa do Feijão

Santana do Ipanema
agora se olha ao espelho
se vê a vida do sertanejo
orações à nossa Senhora
chapéu colhendo o sol

são os versos
são as palavras ditas
são todos os olhares
são as imensidões
a imensidão da vida
pra ser vivida a vida
há de ser sempre
cada vida vivida
vida assim há no sertão

água chega ao Panema
Santana essa hora se vê
feliz Serrote do Cruzeiro

mói não é caldo de cana
um caldo grosso ligeiro

sobre terras de Santana
garapa aquosa faz festa

grossa água enferrujada
segue vida corta à terra

feito o teatro na escola
promessas de Ano-Novo
é uma semana só festa

NÃO é luz às trevas
se um NÃO reserva
às vezes dizer NÃO
se o NÃO se faz luz

e NÃO um advérbio
escrito NÃO redito
tão fugaz feito NÃO
como NÃO se diz

NÃO às incertezas
se sabe NÃO serve
na reação ao NÃO

o NÃO se se recebe
estoico NÃO retribui
um NÃO à ingratidão.

M. Ricardo-Almeida

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