Todas as tardes, esses dotados alunos frequentam a casa da professora de música no riacho Camoxinga, cuja ponte separa um bairro do outro. A belíssima residência de dona Maroquita fica no alto da ponte do riacho Camoxinga e do rio Ipanema, que se abraçam, talvez conformados por viverem a maior parte de suas vidas esperando receber o líquido precioso em seus leitos quase sempre vazios.
A casa da professora destaca-se por sua beleza e por sua arquitetura antiga. Grandes salas, quartos, alpendres, varandas, jardins, capela, cozinha vastíssima. A mais bela sala é a do piano, piso todo coberto por tapete vermelho, belíssimos quadros nas paredes... E não é a sala em que os alunos soltam as vozes, eufóricos durante os ensaios, as aulas acontecem ao som do harmônio em outro ambiente; os coristas, cada um em sua especialidade. Na primeira, segunda, terceira e até quarta voz, são manifestadas as vozes dessas crianças, que são o orgulho da professora.
O coral só é apresentado em dias de festa; geralmente, é convidado para se apresentar.
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