A TARDE É AZUL

Poesias

M. Ricardo-Almeida

Navega o mesmo barco
E move-o rápidos eixos

No mar tantos peixes
Morando em buracos

E não há mais trabalho
Sob a ponte dos arcos

Lá distante são só telhas
Vazios e famintos sacos

A tarde pintada de azul
E a mesa vazia só ratos

Baratas em latões de lixo
E o bêbado olha pra baixo

E tropeça bêbada ponte
Bêbado não deixa rastros.

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