O MELHOR AMIGO DO HOMEM

Contos

por Fábio Campos

Tem um dito popular
Que ta na boca do povo
Você lembra e eu lhe digo
Melhor ter cachorro amigo
Do que amigo cachorro

Cachorro é bicho fiel
Com o homem desde o passado
Vem do tempo de Adão
Que o homem vive com o cão
Por ele domesticado

Cachorro se chama cão
Sua avó é uma loba
A mulher é uma cadela
Sua mãe não é donzela
Não passa de uma cachorra

Cachorro gosta de gente
É o cão feito um menino
A mulher acha descente
Dele nos herdamos os dentes
Que chamamos de caninos

O cão que ladra não morde
Não é dito verdadeiro
Já vi cão latir valente
E tentar rasgar no dente
A bunda de um carteiro

O cachorro e a cadela
Faz amor bem complicado
É aquela cachorrada
Na hora finalizada
Os dois ficam enganchados

Se ele botar pra cagar
E você se inventar
Com dois dedos um entrançado
Cachorro tanto se espreme
Que as pernas do bicho treme
Fica de fópa trancado

O cachorro ajuda o homem
Trabalha sem vaidade
No parque de vaquejada
Percorre longa jornada
É de grande utilidade
Vai a caça e a pescaria
Ao cego serve de guia
Bom no campo e na cidade

Cachorrinho de madame
Leva vida de grão-fino
Veste roupa de estilista
Marca hora no dentista
Comete mil desatino
Freqüenta academia
O bicho tem mordomia
Só não tem é faro-fino

O cachorro vira-lata
Na cidade ele é um sarro
Rói um osso corredor
No campo é sofredor
Ele corre atrás dos carros

Tem raça de todo tipo
É grande variação
São Bernardo é salvador
Tem a raça Labrador
Tem o Pastor Alemão
Tem o Fila e o Perdigueiro
Rotivailer e o Dálmata
Conhecido pelas patas
É o pé duro brasileiro

Um é feio e o outro valente
Bulldog e Pitbull
Os da raça Piquinêz
Madame chama “Lulu”
Cachorro que o nome é peixe
Pra ele tá bem ruim
Como a coisa anda feia
Ou o pobre come “Baleia”
Ou o cachorro Surubim
E se o bicho é meio ladrão
Apanha e chama o irmão
Ele grita por CAIM!

Tem cachorro na tevê
No filme do Haluim
No desenho animado
O Pluto muito engraçado
Nunca vi tão bom assim
Tem cachorras na novela
Tem Lessy linda cadela
E o cachorro Rin-tin-tin

Cachorro está na música
Desde de rock a cantoria
De Valdick Soriano
Ao “RAP” foi soberano

Diz à lenda que os cachorros
Fizeram festa dedel!
Era uma festa engraçada
Barravam lá na entrada
Foi o maior escarcel
Ao pedido atendia
Deixem como garantia
O Ás de copa o anel !

Já perto de terminar
Deu um quebra-pau danado
Houve incêndio e agonia
Atropelo na portaria
Saíram de “ó” trocado!

Por isso meu camarada
É certo é verdadeiro ;
Dois cachorros se encontrando
Eles logo vão cheirando
Um do outro o seu traseiro!

Com o coração ferido
Esperam ter encontrado
Ainda que desgastado
Buscam seu “ELO PERDIDO”

Do Livro inédito: “Poesia Não Enche Barriga...”(2003)

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