N’AURORA DA VIDA

Poesias

Benga

N’aurora da vida
Confeccionei meu talento
N’águas garridas d’uma cascata
Fiquei aficionado aos mistérios
Hipnótico nos olhos da serpente

O dragão do medo guardava em seu segredo
Meu passado foi coerente, de repente fui banido
C’um eclipse total da mente
N’águas correntes d’um rio
Me embriago com aguardente

O calafrio que de mim emana
É o perfil de encantamento
Tormento para um apaixonado
Retraído retratava um retrato
D’um futuro promissor

O canto silvestre das asas das abelhas
Lambendo o crepúsculo
No desabrochamento da flor no tremor
Do pavor, da ventania quebrando
Alegria, sutileza, mãe natureza

Pairava aragem sobre Araribóia
No frenesi enrrosco dramático
Com uma gigantesca jibóia
Chora seus olhos...sem vida:
Uma lágrima de sangue

Nos mares da corte
Enigmáticos piratas desdenhei
Na jugular suguei o sangue hilário
Da copaíba sem vida tombava sobre:
A barriga da barriguda

Desnuda coração maldito!
Sacrifica a penúria
D’um despojado acorrentado
Pelo trauma de um fragmento humano
Cortina de pano:
Um desencanto amoroso

Caloroso meu pensamento criou
Formas da viagem paisagem felpuda
Marcara meu sentimento:
Fui prisioneiro d’uma lenda
Lenda que jamais resistira

Blasfêmia audaz beijar
Um Judas satanás
Pois o mesmo pabulava-se
No convés da nau
Com astrônomos e nautas

Nosferato senhor da guerra
Do centro da terra surgiu:
Antúrias andava:
Mulheres visitas luxúria
Desfalcadas viviam
A penúria do laser

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