O FORRÓ DO MUCUIM

Certo dia fui a um samba
Na rua da matança
Cheguei lá gostei da dança
Não queria mais sair,
O forró tava animado
A concertina não parava
E a cabroeira dançava
Desfiando o caquiado.

Lá no meio do fogaréu
Vi o Cocada dançando
E Xogoió descascando
O samba numa perna só.
Jabaú emparedado
Com uma “veia” biriteira
Caprichava na gafieira
Com seus passos invocados.

Ivan de Nego Dézio
Dançava fazendo trinca
Tomando uma Serra Limpa
A caninha do prazer,
E O João TNA
Aplicando a metafísica
Disse, eu vou meter a física
Quero ver quem vai gostar.

Salu dançava e bebia
E não parava de sorrir
Abufelado com um travesti
No forró do mucuim,
De repente o João do Mato
Mandou parar o pagode
Hoje aqui ninguém mais pode
Tão fazendo coisa-ruim.

E o Brito Cabecinha
Batendo a mão no pandeiro
Apagou o candeeiro
E foi beber na cozinha,
O forró do mucuim
É um baile respeitado
Por muitos considerados
E agora vai sobrar pra mim.