Remi Bastos
Aracaju,SE, 04/03/2013.
O homem vive em sociedade, é um ser social por natureza. Ninguém consegue ser feliz na infelicidade se não tem alguém com quem possa dialogar, confiar e participar dos seus momentos de contentamentos e de tristeza, esse alguém é o “Amigo”. Sou um privilegiado por ter tido vários amigos, aqueles que sempre exalaram e transferiram uma energia de felicidade e placidez em qualquer lugar e circunstância. Um abraço, um aperto de mão, um sorriso e um “como vai você?” , são expressões que demonstram carinho e apreço, e faz renovar a afeição que sentimos por alguém. Os bate-papos nos bancos da pracinha ou nos degraus da igrejinha; as resenhas que brotam da sensibilidade e imaginação de cada presente reiteram o ambiente pelos sorrisos que se esvaiam na melodia da satisfação. Retornando alguns anos no tempo, épocas das caçadas nos baixios e na Camoxinga dos Teodósios; dos banhos no “Panema”; das peladas de ruas, principalmente no espaço lateral do velho grupo escolar; dos jogos de pião e ximbra; do Papai Noel Albertino; da Empresa de Força e Luz e dos sinais que emitiam através do apagar das luzes três vezes em tempos intermitentes, avisando que logo faltaria energia, aí, lá em casa, era acionada a velha “placa” que nos libertava da escuridão total. Anos depois vieram os inesquecíveis carnavais com os seus blocos de ruas e as escolas de samba. Era a vez dos bailes no salão do Tênis Clube, dos chás dançantes na AABB e das festas na Sede dos Artistas eternizadas pela juventude da época. E grande parte dessas experiências de vida eu extraí da minha adolescência e juventude, sempre acompanhadas dos amigos. Um amigo que marcou os meus anos dourados, anos do “tudo era fácil”, de que o mundo girava em volta das nossas brincadeiras e que o amanhã viria com todos os problemas solucionados. Crescemos juntos como dois irmãos, brincamos as brincadeiras de meninos e sorrimos com o sorriso da felicidade. Benedito Abreu Soares quantas histórias escrevemos nas linhas da vida? Histórias que certamente fizeram parte de nossa amizade. A casa mal-assobrada e conjugada, com seus vasos para cereais, onde na calada da noite ressoavam como se fossem vozes e que somente amigo conseguia ouvir. Do sósia de Seu Ionas um vaqueiro do fazendeiro Abílio Pereira e do cigarro que o mesmo nunca havia fumado; das viagens à Serra da Camonga; da Escolinha de Dona Flora e do Bar de Sinucas de Zé Galego. Ah! Meu amigo, nós deveríamos ter sorrido mais, brincado mais e estarmos mais presentes quando a distância interferiu nos nossos dias colocando-nos em dois pontos distintos. Sofri com a sua doença e chorei na sua partida. Hoje ao relembrar as nossas aventuras, enclausurado na alcova do tempo, venho prestar-lhe esta homenagem e dizer com o coração transbordando em felicidades, que entre tantos amigos que tive você foi o maior.
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