Corre
Corre,corre, corre, menino do rio
De roupa estraçalhada pelo tempo
Bolso pesado
Cheio de bolas de gude
Sem ter nada para comer
Vive por viver
pesadelo terá pesar seu pensamento
Um talo não tinha pra se encostar
Seu futuro era promissor
Não queria ser "dotô"
Astúcia, malícia não faltava
Maldade, ambição não carregava
Carregava dentro de si
Um sorriso manhoso, um sorriso maroto
De um palhaço sem picadeiro
Dinheiro para si, era um bicho
Do lixo tirava sua alimentação
Feito um cão vadio
Olhava as meninas que estavam no cio
Refugiado ladrava a noite inteira
Na sua dianteira afugentado
Fugia o negro gato
Sem sapatos, pés inchados, encaliçado pelo tempo
Um só momento reclamava
Tamanho sofrimento
Foi de dar lamento, calafrio
A triste história
Do menino do rio.
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