Vamos falar de Tripé
Que gosta de aboiá
Gosta de vaquejada
De forró e de “muié”
Nunca comprou um cavalo
E nem um jegue para andar
Nascido lá no sertão
Na cidade de Santana
Quem conhece sua história
Grava em sua memória
O seu povo e seu torrão
Filho de Helena Nobre e
Do saudoso Sebastião
Onde nasceu o Marcos
Galego de opinião
Descendente das Lagoas
E do velho Batatal
Ali nasceram seus pais
Que nunca fizeram o mal
Pessoas muito direitas
De família tradicional
Usando chapéu de couro
E as botas de vaqueiro
Não perde uma vaquejada
Lá para as bandas de Chã Preta
Bebedor de cachaça
Do buteco do Cruzeta
Freguês da nega Luça
Do cabaré de Julia preta
Dançarino de Gafieira
Dançando no meio da feira
bebendo e fazendo careta
Gosta muito de aboiá
Junto com seu irmão
Que também nunca criou
Nem bode nem leitão
Curte o nosso aboio
E as coisas do sertão
Tomando cerveja fria
E cachaça com limão
Com botas de vaqueiro
Chapéu de couro e gibão
E músicas de vaquejada
E um cavalo barbatão
Só frequenta vaquejada
Pra tomar um canjirão
E passa a noite dançando
Com as negas do bundão
Já foi muito as vaquejadas
Pelo Brasil a fora
Na Bahia e Sergipe
Paraíba e Pirapora
Em Palmeira e Santana
Ele banca o bacana
E para beber não tem hora
O sonho de ser vaqueiro
Ainda tem solução
Vai comprar lá em Xexéu
Um cavalo alazão
Para andar com sua filha
E seu amor do coração
Essa pequena história
De um sonho de vaqueiro
Do nosso irmão tripé
Que sempre chega primeiro
Nas festas de vaquejada
Topa qualquer parada
E só sai por derradeiro
Desculpe meus amigos
Que minha leitura é pouca
Escrevo como falo
O que penso e sai da boca
Sou sertanejo nato
Gosto da roça e do mato
E não temo a vaca louca
Sou filho de Helena Nobre
E do bom Sebastião
Que gostava dos versos
E das coisas do sertão
Ouvia Zé de Almeida
E também Vavá Machado
E o saudoso Gonzagão
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