O Menino da fazenda Laje Grande

Poesias

Remi Bastos

Menino da fazenda Laje Grande,
Que em sua lida de pequeno sertanejo
Sentiu o calor fluir das entranhas da terra
No chão empoeirado das raias do sertão.
Menino que apascentou as cabras
Numa cena de histórias marcadas,
Fazendo plantão no barreiro velho
Que tantas vezes teceu feliz a meninada.

Dias matutinos da primavera
Os mulungus dotados de flores rubras,
Acortinavam com suas copas a casa velha
Sombreando a rede branca na varanda.
O extenso quintal em forma de terreiro,
Junto à cerca um adormecido imbuzeiro
Cedia seus galhos desfolhados
Para o conforto de um improvisado poleiro.

Vão-se os dias, vêm às transformações,
Aquele menino já não é mais menino
Cresceu com a cartilha do aprendizado
Conservando o que é mais forte e justo.
O chapéu de couro que o acompanha
Numa simplicidade dupla sem acanha
Modelando cada vez mais em nosso Capiá
Uma amizade dupla sem arranhas.

Aracaju/SE, 04/12/2012.

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