Jaqueira velha
Lá na Serra do Gurgi,
Ainda lembro-me de ti
Da tua sombra ambiciosa
E da copa tão frondosa
Ninho dos bem-te-vis,
Vivi feliz os meus dias
Pés descalços, braços nus
Ouvindo o canto dos nhambus
Colorindo a minha terra
No meu querido pé de serra
No lugar onde eu nasci.
Jaqueira velha
Retrato da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais,
Os ternos madrigais
Naquelas manhãs airosas,
Onde a chuva fina copiosa
Com os seus pingos reluzentes
Repousava suavemente
Nas folhas do carvalho
Tecendo o seu orvalho
Como lindos recitais.
Jaqueira velha
De um passado de história
Ainda guardo na memória
As vezes que te visitei,
Dos teus frutos que capei
Na bonança da fartura
E das minhas aventuras
Que o tempo não apagará,
Velha jaqueira querida
Nesta saudade que em mim deságua
Ainda irei juntar as águas
Do riacho Gravatá.
(Dedico estes versos a Família Carvalho pelo carinho que sinto).
Aracaju/SE, 16/11/2012.
JAQUEIRA VELHA
PoemasRemi Bastos 16/11/2012 - 10h 58min

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