Veio a calhar a fotografia do prédio onde funcionou o ex-Fomento Agrícola, colocada no mural de recados do Portal Maltanet (mensagem 9686) por meu irmão-afro (não o chamo de Nego Remi, pra não ser processado por discriminação). Aquilo é uma demonstração inequívoca da falta de zelo com a coisa pública, por nossos representantes, ao longo do tempo (não é “privilégio” dos atuais governantes). Um verdadeiro desrespeito ao Engenheiro Agrônomo Dr. Otávio Cabral de Vasconcelos – genro do ilustre santanense Coronel Manoel Rodrigues da Rocha – que há 60 ou 70 anos, pioneiramente, já se preocupava com a implantação da tecnologia na nossa agricultura.
Da mesma forma assistimos desolados à derrocada da casa do Padre Bulhões, mesmo entendendo tratar-se de uma propriedade particular, cabia às autoridades em respeito ao patrimônio arquitetônico e à memória do pároco, proceder ao tombamento em nome da história de nossa cidade.
Não devemos esquecer, também, o movimento sem sucesso para a recuperação da igreja da Maniçoba, que não passou de “um fogo de palha” e a solução morreu no nascedouro.
Como diz o ditado “quando a orelha do seu vizinho arder, ponha as suas de molho”, fico literalmente de “orelha em pé” com relação à recuperação do nosso patrimônio Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Estou achando o movimento carente de um apoio mais consistente. Nós que fazemos o Portal Maltanet não devemos esquecer que um grupo que consegue trazer para uma cidade um estabelecimento de ensino do porte de um IFAL, pode enfrentar esse novo desafio. Já encaminhei ao Malta um protótipo para a confecção de um banner para ser colocado na frente do prédio do grupo, como também a redação de um panfleto para ser reproduzido e distribuído maciçamente à população, em busca de apoio.
Um fato que me deixou circunspecto foi quando tratei o assunto com uma autoridade do ensino (que me reservo o direito de não declinar o nome) e a resposta foi que “é um órgão estadual e não nos cabe a responsabilidade, mas ao governo do estado”. No meu entendimento a explicação que me foi dada é a mesma coisa de um filho fazer um mal feito e o pai ao ser reclamado afirmar que o problema é do avô do menino. Quem segura na aselha do caixão é o dono do defunto, isto é o que penso.
Diante destes episódios conclamo meus colegas muralistas para encarar mais esse desafio, principalmente agora que aumentou o número de participantes, injetando sangue novo no nosso Portal.
Apesar da minha desolação, ainda acredito no poder das pessoas de boa vontade.
Recife – setembro/2012
VAMOS RECLAMAR AO PAPA
Crônicaspor Luiz Antônio de Farias, Capiá 03/09/2012 - 00h 08min

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