Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Nada ao meu redor - só uma dor latente
A espreitar o peito
O ar que respiro é puro...
Além, sobre o muro, um mundo inteiro dorme
Em total contramão com o meu desatino
Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Esta ensurdecedora calmaria põe em xeque
O meu pensar
As mãos tateiam, teclam as letras
Que surgem uma a uma
Descrevendo o meu penar...
Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Em tempo, estou com calafrios
- Talvez seja uma febre alta -
Meus delírios são parafraseados
Não há contestação
Tudo que escuto do silêncio ecoa no papel
Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso...
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