AS PALAVRAS E A MADRUGADA

Poesias

Por Eduardo Proffa

Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Nada ao meu redor - só uma dor latente
A espreitar o peito

O ar que respiro é puro...
Além, sobre o muro, um mundo inteiro dorme
Em total contramão com o meu desatino

Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Esta ensurdecedora calmaria põe em xeque
O meu pensar

As mãos tateiam, teclam as letras
Que surgem uma a uma
Descrevendo o meu penar...

Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso
Em tempo, estou com calafrios
- Talvez seja uma febre alta -

Meus delírios são parafraseados
Não há contestação
Tudo que escuto do silêncio ecoa no papel

Ando ávido para soltar as palavras
A solidão da madrugada pede isso...

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