Expressar em palavras, versos, poemas ou cordeis o que vivenciamos em quatro dias da FELISI em nossa terra, deixará registrado na história o sucesso dessa feira, mas expressar o que sentiu o coração de quem a viveu é falar e de um turbilhão de cultura ecoando pelos quatro cantos da cidade.
É fechar os olhos e conseguir visualizar a beleza de nossa praça vestida de cultura, o sorriso de nossa gente ao ouvir o sussuro de uma poesia.
É a imagem de uma criança com livro na mão, de rosto pintado e ouvido colado na história que conta a boneca.
É ouvir repente, e ter vontade de repente cantar uma canção.
É aprender cordel, matemática no papel e nutrir um enorme carinho por um casal de velhinhos que chegando de mansinho roubou toda à atenção.
É reviver a Santana nas histórias contadas, andar pelas ruas e praças a luz de um lampião.
Quatro dias em que Santana do Ipanema viveu, sentiu e respirou cultura. Em que recebeu com amor maternal os filhos que voltaram para fazer desta feira um rico encontro cultural e gerações.
Voltemos a praça da bandeira, agora já se despindo de sua linda roupa de festa à moda cultural, sentados em um banquinho, Isis Malta, Matheus Damasceno, Vera Malta e eu, assistiamos ao artista tocar sua viola cantando saudade, em seus versos trazia a Santana antiga, lembrei-me dos livros que li e das histórias que ouvi sobre nosso rico sertão, a vontadade de ter vivido aquela época me transportou por alguns instantes ao som daquela viola para dentro delas, vi Santana como nas fotografias, ruas sem asfalto, gente feliz por todo lados, e na conversa gostosa, por que não falar que era prosa, de repente acordei.
Estavamos sentados agora ali, bem na praça, observando os homens a trabalhar, e toda decoração desmanchar, já era madrugada e ninguém queria ir para casa, pareciamos esperar algo acontecer, algum repentista começar a cantar, ou alguém uma poesia ler... Não queriamos nos despedir da FELISI, aqueles mágicos dias nos preencheu tanto que não queremos mais ficar órfãos deles.
Ficará em nossos corações a saudade, em nosso peito a vontade de levar mais cultura para nosso povo, em nossas atitudes a ação, uma sementinha foi plantada no coração do santanense, vamos cuidar para que ela ramifique e enraíze para SEMPRE!
Ana Rachel Nobre
04.06.2012
I FELISI - Turbilhão de Cultura
Crônicaspor Ana Rachel Nobre 04/06/2012 - 23h 08min

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