Subia na torre da igreja e via a cidade de minha infância
As pessoas passavam pequenas, distantes e despreocupadas
Ninguém precisava correr e pegar os filhos no colégio
Eles iam e voltavam sozinhos, não havia nem trânsito
Nem me preocupava com Major, Jaime do padre, Sinha Zabé
Nem com os transeuntes alheios ao meu sossego ali em cima
Sentia-me tão bem sozinha, podia sonhar e meditar
Passava o tempo e eu nem me importava de estar ali
Pensava nas lojas e no Panema vazios, época se seca
Nas lojas não havia ninguém para comprar
Seu Doroteu e Dona Chiquinha conversavam
Seu Cleto, Seu Tibúrcio, seu Adeildo pensavam na política
Seu Marinheiro conversava com Seu Ulisses e Frederico
A loja de Seu João yoyô nem tinha nada para vender
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