A maior fatalidade para a família. Bem em frente à casa do rapaz, o encontraram sem vida. Não se sabe como tudo aconteceu. O rapaz não tinha inimigos nem se envolvia com drogas. Trabalhava e era um bom funcionário. A polícia investiga e alguém denuncia a cunhada do rapaz. A pessoa acusa de maneira diabólica, sua eficácia em envenenar influencia as opiniões policiais e populares. A coisa fica feia para a acusada. Logo cedo, o marido recebe o telefonema como uma ducha de água gelada. Seu irmão fora assassinado. Logo aquele irmão, que ele o tinha como filho. Sentia-se responsável por ele. Os pais morreram muito cedo. A outra noticia o desnorteou. Daquela vez, extrapolaram na maldade contra sua mulher. Tinha certeza disso. Podia imaginar o tamanho da maldade. Ele e sua mulher viveram toda vida fugindo de certas armações maldosas promovidas pela família. Agora, sua cabeça rodava e não tinha como raciocinar sobre aquela tragédia. Pediu à mulher que não saísse de casa, que ele sairia para resolver um grande problema.
Ainda atônita com a saída do marido, tão desnorteado, a mulher atendeu à porta. A cigarra tocava insistentemente. Quem poderia ser àquela hora? Uma intimação para comparecer à delegacia. É acusada do assassinato do cunhado. Entendeu de imediato a saída do marido, às pressas. Perplexa, não entendeu o que estava ocorrendo. Parecia um pesadelo. Era um pesadelo. Precisava atender ao chamado da autoridade, precisava inteirar-se no que estava acontecendo. O marido não estava em casa, não queria ligar para ele, estava sofrendo muito com a morte do irmão mais novo. Ele que sempre se preocupou com toda família. Sentia-se responsável, principalmente com aquele. Agora não sabia o que fazer. As providências necessárias seriam sua tarefa. O que o maltratava, além da perda de uma pessoa querida, era a acusação à sua esposa. Não havia nenhum baseamento nessa denúncia.
A investigação continuava. No entanto, há contradições nas palavras da denunciante. A acusada e a mulher que a incriminou são cunhadas da vítima. O marido da delatora não acredita na culpa da mulher do irmão. Eles eram casados há muitos anos, não havia razões para tal procedimento. Para as autoridades, parecia um desforço por parte da mulher. Dava a entender que ela queria vingar-se de alguma coisa. A acusadora afirmava situações não condizentes com a realidade da indiciada. Por exemplo, que esta tinha ciúmes do rapaz, porque ele era ajudado por seu marido. Dizia que a família do rapaz não gostava da implicada. Por essas e outras, ela resolveu matá-lo. E o inquérito prosseguia.
O marido da mulher indicada como assassina achou que seria a hora de depor. Desde o inicio do doloroso incidente, sabia da inocência de sua esposa. Não desejava acusar ninguém, no entanto, algo que sabia seria um esclarecimento importante. De primeira, falou que não havia nenhum ciúme por parte de sua mulher, viviam muito bem, ele e sua esposa. Contou que, pouco tempo atrás, sua cunhada o convidou para um encontro. Ele não aceitou e ela colocou a culpa em sua esposa. Não desejava falar sobre isso, poderia sujar o nome do irmão. No caso, nada poderia ser omitido. Não a estava acusando, mas, tinha que contar o ocorrido. Pensava o casal aflito. Por que nessas alturas da vida, acontecem fatos indesejados e que conseguem interferir em nosso sossego? Será que o crime aconteceu para prejudicar outra pessoa? Seria infame privar a vida de um inocente para prejudicar alguém também inocente.
E as coisas aconteciam de acordo com as investigações e depoimentos da família do morto. Alguns irmãos consideraram a denúncia da cunhada. Depoimentos a mais, levaram a acusada à prisão. Diante do fato, muitos conhecidos manifestaram-se contra aqueles depoimentos. A justiça precisava de provas concretas para decidir. A família do rapaz só acusava sem nenhum fundamento, segundo o advogado da delatada. Nesses casos, a sanção social torna-se cruel. Tudo se complicava e a justiça demorava. O advogado resolveu visitar os familiares da mulher que denunciou o crime. O filho contou ao advogado que a mãe encontrava-se misteriosa. Antes do crime, falou com alguém desconhecido. Porém, afirmava que não a estava acusando. Apenas, não queria omitir esse detalhe. Ao mesmo tempo, dizia não acreditar na culpa da tia. A delatora foi chamada. Quem é o estranho que manteve o diálogo? Apenas um freguês, ela é comerciante.
Chega à delegacia um morador da mesma rua do rapaz assassinado. Diz que viu o crime e conhece o assassino. Com a prisão do homicida, pareceu desvendar-se o mistério. Revelou o nome da mulher que o contratou. Então, para o delegado, a delatora estava certa. Era o mesmo nome da acusada. O bandido, em frente à suposta assassina, revelou não ser a mesma pessoa que o contratara. Só com a presença da mulher acusadora, desfez-se o enigma. Com muita raiva, o matador de aluguel incriminou a mulher e ainda a censurou. Que ela cometesse o desmando, mas não negasse sua identidade. E, que da próxima vez que o contratasse, cumprisse com o mais importante, o pagamento.
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