FEIRA DE SANTANA

Versos e Prosas

João Francisco das Chagas Neto - João do Mato

Rememorando umas verdades,
Estava numa cumieira,
Apreciando aquela feira,
Nas quebradasdo sertão.
Me bateu uma saudade,
Do tempo de menino,
Ao ver aquele reboliço
Com toda agitação,

Nas noites de sextas-feiras
Eram servidas nas tordas
Todas aquelas iguarias
Galinha com feijão de corda
Bode com macaxeira
Sob á luz dos candeeiros
Pelas diversas Marias.

"Das tordas de mangaios"
Passando pelas das frutas,
E do mercado da carne,
Dali era uma "ataio"
Prás boas casas das putas.

Avistei á sombra do Pé de figo.
Em frente á casa de Dr.Clodolfo,.
Zé Carvalho no abrigo.
Comendo mel de engenho,
Num prato de ágata fuleiro.
E no meio daquele alvoroço,
Ao redor oblisco Pedro I.

Apresentar eu venho.
As bancas de calçados
A feira de feijão e da farinha
De milho e da rapadura
Arrumados em equadro.
Que tinha como moldura..
Aqueles sacos em linha

No mercado da carne
Era um vozerio só,
Carne de bode,carneiro,
Porco,de boi e do sol.
Galinha, galo e torreiro.
Pato,Peru,Marreco e Perdiz,
Coleira,papa-capim e concrix
Verduras das mais variadas
Bucho, tripa e mocotó,
Gaiola, rolinha salgada,
Arribaçã ,preá e mocó.

Em frente á casa Seu Fredirico,
Que foi prefeito da cidade.
Avistei uma feira rica
De animais e variedades.
Porcos,bodes e carneiros.
E uma dupla de violeiros
Na esquina da rua do Barulho.
Se apresentava com muito orgulho.

Em frente á casa Seu Fredirico,
Que foi prefeito da cidade.
Avistei uma feira rica
De animais e variedades.
Porcos,bodes e carneiros.
E uma dupla de violeiros
Na esquina da rua do Barulho.
Se apresentava com muito orgulho.

No quadro da Intendência,
Na entrada da Matança
Estava aquela festança
Na feira dos grandes animais.
A poeira estava demais.
Quando avistei Dona Vicença
Tentando receber um dinheiro
De um trocador de burro Xexeiro.

Avistei o Panema bufando.
As canoas do Mestre Toinho
E de Antonio Constantino
Como que galopando
Para vencer a correnteza.
Zé Domingos e Djalma Pé Cortado
Conduzindo-as com grande destreza.

O balé dos carneiros montados
Pelos domadores dançarinos.
A plataforma da balaustrada,
No estreito da Ponte do Padre,
Palco dos saltos ornamentais.
Completavam no meio da tarde
O espetáculo encenado pelos meninos.

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