Quem não o conheceu,
Certamente ouviu falar
Dessa figura simplória,
Humilde e popular.
Noronha Bigodão,
O seu nome consagrado,
Homem alegre e risonho
Que em vida teve um sonho
Nesses versos irei contar.
Santana do Ipanema,
Do bilhar e da sinuca,
Das ruas sem violência
Onde a mais pura inocência
Tinha lugar pra descançar.
E o Velho Noronha
Na sua forma de vida,
Uma pessoa querida
Que passou sem mais voltar.
Chora os amigos a saudade
Daquela criatura,
Que tinha uma alma pura
No gesto e no olhar.
Noronha Bigodão
E seu amigo do peito,
Dois amigos sem defeitos
Uma perfeita união.
Foi no Bar de Zé galego
Numa grande decisão,
Nego Dézio, Tamanquinho
E seu coringa o Bigodão.
Já no final da partida,
Numa jogada inteligente,
Nego Dézio estava na frente
Bastava incestar a cinco.
A bola cinco no meio
E a sete na tabela,
Noronha deu um toque
Primeiro eu, depois ela.
Tamanquinho captou
A mensagem do “Piru”,
Colocou a bola azul
E deslocou a da vez.
A sete inocentemente
Parou na boca da caçapa,
Deixando a seis na reta
Dizendo vê se me mata.
Não deu outra
A partida estava ganha,
Tamanquinho foi na seis
E na sete outra vez.
A contagem reverteu-se
Tamanquinho foi campeão,
Graças ao seu grande amigo
Noronha Bigodão.
Mas, o sonho de Noronha
Não morreu nem foi em vão,
Construiu uma família
Numa grande união.
E levou para a eternidade
Uma lembrança, um carinho
Daquele que sempre foi
O seu amigo Tamanquinho.
Aracaju, 28/08/2009.
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