Os eruditos arrumam nomes complicados para confundirem os indoutos, diante destes fatos, somente os dicionários veem em socorro, porque para os leigos, somente “os pais dos burros”, e ele diz que o vocábulo ”gesta” significa façanha, fatos guerreiros, sendo este o subtítulo do livro Lampião e nazarenos guerreando no sertão a derradeira gesta, assim escreveu a renomada escritora, pesquisadora e agora mestra Luitigarde Oliveira Cavalcante Barros, de tradicional família Oliventina da cidade sertaneja de Olivença, embora a autora tenha nascido em Santana do Ipanema, trata-se de um trabalho primoroso de pesquisa que valeu sua tese de mestrado com louvor.
A pesquisadora palmilhou as terras adustas do sertão no encalço das pegadas dos famosos bandoleiros que infestaram o sertão em praticamente duas décadas tendo seu desfecho no dia 28 de julho de 1.938, quando tombou o último e pior deles, Virgulino Ferreira da Silva, lampião, há 71 anos. Luitigarde Oliveira, conversou, perguntou, pesquisou e foi em busca dos fatos sem retroceder, haja vista estar na busca da verdade, e os escreveu com sabedoria e conhecimento de causa. Toda epopéia de Lampião, nazarenos e seus asseclas já deram muita tinta e renderam assuntos para muitas obras de valor a exemplo da Derradeira gesta.
Não conhecia nenhuma obra dessa inteligente pesquisadora Luitigarde Oliveira,embora já ouvira falar, foi quando o inolvidável Prof°. Alberto Agra, amigo das letras de Santana do Ipanema, pela amizade que nos une, presenteou-me com uma bela obra dessa fecunda escritora. Há poucos dias participando do lançamento de livro sobre o Pe. Cícero, no Cesmac, Maceió, vi de soslaio, a escritora Luitigarde, porém não me foi dada a oportunidade de lhe ouvir fazer sua conferência.
Enquanto não li todo o livro, não me contive, em vista de ser um tema apaixonante para mim. Sou um estudioso do assunto já tendo lido quase toda obra de Pe.Frederico Maciel, Valdemar de Lima, Bezerra e Silva, Aglae Lima de Oliveira, Pe. Sobreira, Generosa Alencar, pupila do Pe. Cícero que conheci pessoalmente, Hilário Lucetti, Anildomá de Sousa, Todos eles são biógrafo bons de Lampião, onde enfocam também a figura carismática de Pe. Cícero Romão Batista. Porém o livro A derradeira Gesta de Luitigarde Oliveira, trouxe- me fatos novos e até impressionantes, porém existe no citado livro um ledo engano da outrora, às páginas 158, quando ela relata que lampião entrou na então vila de Olho d’Água das Flores, no dia 07de janeiro de 1.927, quando na realidade foi no dia 06 de julho de 1926, segundo consta no meu opúsculo sobre a entrada de Lampião em Olho d’ Água das Flores, ainda inédito, porque está em fase de “gestação”, estas informações me foram passada por minha avó materna Teodolina Barbosa Vilar e meu avô Antônio Machado ambos falecidos, aos oitenta anos, inclusive, minha avó tinha as orelhas rasgadas, porque lhe foram arrancados os brincos a força pelos bandidos de Lampião no sítio gameleiro que dista dois quilômetros do povoado de Pedrão, em meu modesto trabalho conto toda essa epopéia que também me foi contada por meu saudoso pai Floro Machado, que assistiu parte dessa história cruenta.
O livro da escritora Luitigarde Oliveira por seu valor histórico, constituí-se obra de relance e que precisa ser lido e estudado também a luz da sociologia em vista da pesquisadora enveredar muito por esse campo que muito corroborou com seus valiosos trabalhos, A derradeira Gesta.
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