Na ocasião do sepultamento do desportista Francisco Paulo, nosso amigo Pelé. Apesar da comoção que havia entre os presentes, conversávamos descontraidamente sobre fatos pitoresco, ocorridos com o mesmo. E Roberto Carlos irmão de “Colorau”, lembrou de uma resenha ocorrida entre eu e Pelé. É que lá nos tempos idos do Bar de Quiterinha, sentamos nós dois, em uma mesa pra tomar “umas”, às 10 horas da manhã e por volta de 6 horas da tarde o único diálogo que rolava entre essas duas criaturas era:
-É...né?
-Pois é!
Todo mundo sabe que na mesa de bar surge todo tipo de assunto. Quando falta papo, entra em cena um tipo especial de bêbado: O criativo. Que lança logo um desafio, claro:
-Pago “uma”, pra quem disser onde está: Um tira-gosto, um copo, uma mulher e um erro de português no rótulo da Pitú!
E não falta quem se arrisque.
-Eu sei! O tira-gosto é o pitú desenhado, o copo é o acento na palavra pitú, a mulher: Vitória; E o erro de português é que pitú não devia ser palavra acentuada!
Já vem outro e desafia.
-E na caixinha de fósforo: Diga aonde tem um carro, um sabonete e o título de um filme?
-O carro, Fiat. O sabonete, Lux...
Risca um palito e toca fogo na caixa.
-E o filme: “Inferno na Torre”!
Na praça do monumento, lá pelos anos setenta, tinha um lavador de carros, Zezinho Perneta, ele puxava de uma perna. E tinha Tota engraxate. Este, tivera poliomielite na infância, morava no quintal da casa de Seu Abílio Pereira. Para ambos, as pernas atrofiadas nunca fora empecilho, pra dedicarem-se, vez em quando, ao consumo da “marvada”. E Zezinho tinha umas particularidades interessantes, quando já embriagado virava cantor das músicas de Waldick Soriano. E já em estado avançado de embriaguez, resolvia passar em outros bares (o bêbado nunca admite que está bêbado). Só que, diante das circunstâncias etílicas, nenhum dono de bar despachava mais a ele. E em face da negativa o mesmo sempre repetia:
-Eu insisto, eu persisto!...E nunca desisto!
Santana do Ipanema - AL, 31/07/2009
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